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Banca e Seguros

Agência Moody’s considera positiva a criação da Recredit no país

A agência de notação financeira Moody's considera que a criação de um veículo financeiro em Angola para comprar créditos malparados é positiva para a qualidade dos activos bancários, mas o risco desses activos vai continuar elevado.

Brendan McDermid:

"Esperamos que o risco dos activos se mantenha elevado em Angola devido à redução da despesa pública e aos significativos atrasos nos pagamentos do Estado no seguimento da descida das receitas petrolíferas, a maior fonte de rendimento do Governo", escrevem os analistas da agência de rating Moody's.

Numa nota enviada aos investidores sobre a criação de um veículo financeiro para comprar os créditos malparados dos bancos locais, a que a Lusa teve acesso, os analistas lembram que os riscos de desvalorização do kwanza continuam a prejudicar o desempenho dos bancos, cuja exposição a moeda estrangeira vale 30 por cento dos activos.

"O risco de uma nova desvalorização da moeda local continua a ameaçar o desempenho dos bancos que emprestaram dinheiro em moeda estrangeira, que representa 30 por cento do total dos empréstimos em Maio", escreve a Moody's.

A sociedade anónima de capitais públicos Recredit foi criada em 2016 e é detida a 100 por cento pelo Ministério das Finanças, com o objectivo de absorver o crédito malparado do Banco de Poupança e Crédito (BPC), um dos maiores do país, mas a missão foi alargada por decisão do Presidente José Eduardo dos Santos, em Dezembro último, a toda a banca nacional.

Apesar desta iniciativa, a Moody's considera que o sector bancário nacional continua a atravessar um momento difícil: "a compra de créditos difíceis pela Recredit vai melhorar o rácio de crédito malparado em todo o sistema, mas a magnitude dos melhoramentos sistémicos vai depender dos recursos e do âmbito das operações", dizem os analistas.

Mesmo com estas compras dos activos mais problemáticos, a Moody's considera que "o rácio de crédito mal parado em Angola não vai comparar favoravelmente com o de ouros países da África subsaariana no final da compra dos créditos do BPC".

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