A contratação da New Horizons of Infrastructure of Denmark foi autorizada por despacho do Presidente José Eduardo dos Santos, e tendo em conta os "benefícios" e a "contribuição significativa para o desenvolvimento económico e social do país" do Aproveitamento Hidroeléctrico de Laúca, na província de Malanje.
A autorização do chefe do Estado, deste mês e à qual a Lusa teve acesso Quinta-feira, envolve obras complementares no sistema de transporte associado ao aproveitamento hidroeléctrico, entre Laúca e Kilamba (Luanda), de 400 KV, bem como a ampliação das subestações de Capanda, Laúca e compensação reactiva na subestação do Cavaco, na província de Benguela.
O contrato, que envolve o Ministério da Energia e Águas e a New Horizons of Infrastructure of Denmark, está avaliado em 220,5 milhões de dólares, de acordo com o mesmo documento, a que a Lusa teve acesso.
Paralelamente, foi ainda autorizada a compra de uma turbina aero-derivativa móvel da General Electrics, com capacidade para produção de 31 MegaWatts (MW), a fornecer pela empresa Aenergia, por 30,3 milhões de dólares.
O Aproveitamento Hidroeléctrico de Laúca foi inaugurado a 4 de Agosto, pelo Presidente José Eduardo dos Santos, entrando em funcionamento o primeiro grupo gerador, debitando na rede nacional os primeiros 334 MW de electricidade.
Considerada a maior obra de engenharia civil de sempre em Angola, e a segunda maior barragem em África, servirá para abastecer oito milhões de pessoas, chegando em 2018 às províncias do centro do país, como o Huambo e Bié.
Foi encomendada pelo Estado angolano por 4,3 mil milhões de dólares, envolvendo financiamento da linha de crédito do Brasil e movimentou, nas várias fases, cerca de 13.000 trabalhadores.
Com um volume de água de albufeira de mais de 2500 milhões de metros cúbicos, o enchimento da barragem de Laúca só terminará em 2018, com a elevação até à quota 850, completando o reservatório na sua totalidade.
Nessa altura estarão em funcionamento as seis turbinas que estão instaladas, totalizando 2070 MW de electricidade, mais do dobro da capacidade das duas barragens - Cambambe (960 MW) e Capanda (520 MW) - já em funcionamento no rio Kwanza.