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José Eduardo dos Santos lança primeira pedra daquela que será a maior barragem de Angola

O Presidente José Eduardo dos Santos inaugurou a maior barragem do país, em Laúca, e lançou a primeira pedra em Caculo Cabaça, que a vai superar, obras no rio Kwanza avaliadas em 7500 milhões de euros.

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De iniciativa do Estado, as duas barragens estão instaladas ao longo de cerca de 20 quilómetros do rio Kwanza, entre as províncias de Malanje e do Cuanza Norte, e representam as maiores obras públicas na liderança de José Eduardo dos Santos, que abandona o poder depois das eleições gerais de 23 de Agosto, às quais não se recandidata, ao fim de 38 anos.

Nas duas cerimónias, que decorreram ao início da tarde desta Sexta-feira, entre as 13h15 e as 14h40, além da generalidade dos ministros angolanos e do chefe de Estado, esteve igualmente o vice-Presidente, Manuel Vicente.

"Nunca lhe seremos suficientemente gratos, camarada Presidente", observou, na sua intervenção oficial, em Laúca, o ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, naquela que terá sido a última grande obra inaugurada por José Eduardo dos Santos, enquanto chefe de Estado.

O Aproveitamento Hidroeléctrico de Caculo Cabaça, comuna do município da Banga, na província do Kwanza Norte, será, dentro de cinco anos, a maior barragem em Angola, gerando 2172 MegaWatts (MW) de electricidade.

A obra, a quarta barragem na bacia do médio Kwanza, cuja primeira pedra foi lançada esta Sexta-feira por José Eduardo dos Santos, será construída, conforme contratação feita em 2015 pelo Governo, pelo consórcio chinês CGGC (China Gezhouba Group Corporation) & Niara Holding, por 4,5 mil milhões de dólares, com financiamento do Banco Comercial e Industrial da China.

Com 103 metros de altura máxima, a barragem vai armazenar 440 milhões de metros cúbicos de água e integrará uma central e um circuito hidráulico previstos para um caudal de 1100 metros cúbicos de água a debitar por segundo, entre quatro grupos geradores.

Segundo o ministro João Baptista Borges, trata-se de um "grande projecto" nacional para Angola atingir a meta de 9000 MW de capacidade instalada em todo o país até 2025.

Além do sistema de abastecimento da região norte, que inclui Luanda, entre outras províncias, Caculo Cabaça permitirá, através da interligação das redes centro e sul, a exportação de electricidade para países como a Namíbia ou África do Sul.

"Não nos podemos esquecer que estamos numa região em que o nosso país é um dos que de mais recursos energéticos primários dispõe, sobretudo a água", sublinhou anteriormente, questionado pela Lusa, João Baptista Borges.

Depois de Caculo Cabaça, a 270 quilómetros de Luanda, José Eduardo dos Santos presidiu, cerca das 14h40, à inauguração do Aproveitamento Hidroeléctrico de Laúca, cujo primeiro grupo gerador entrou, oficialmente, em serviço, debitando na rede nacional os primeiros 334 MW de electricidade.

Em plena barragem de Laúca, província de Malanje, o Ministério da Energia e Águas aproveitou a presença de José Eduardo dos Santos para descerrar um busto do chefe de Estado, como homenagem.

Com um volume de água de albufeira de mais de 2500 milhões de metros cúbicos, o enchimento da barragem de Laúca só terminará em 2018, com a elevação até à quota 850, completando o reservatório na sua totalidade.

Nessa altura estarão em funcionamento as seis turbinas que estão instaladas, totalizando 2.070 MW de electricidade, mais do dobro da capacidade das duas barragens - Cambambe (960 MW) e Capanda (520 MW) - já em funcionamento no rio Kwanza.

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