A informação foi avançada na Sexta-feria pelo governador do banco central, em esclarecimentos aos deputados da Assembleia Nacional, durante a discussão da proposta de lei do Orçamento Geral do Estado revisto para 2016.
“Pretendemos vender divisas aos bancos para que, de uma forma paulatina, prudente e organizada, os bancos comecem a disponibilizar ou a autorizar a movimentação das contas”, explicou e informou que a decisão foi tomada após reuniões com os representantes das instituições financeiras para “perceber qual o nível de activos e o nível de posição cambial de cada um”.
De acordo com o Rede Angola Valter Filipe disse ainda que a liberação de divisas “será feita ao nível do cartão de crédito e ao nível das transferências, mas muito pouco ao nível da entrega física” de moeda estrangeira.
“As famílias têm estado a ter uma experiência difícil em relação à disponibilidade de divisas”, reconheceu e sublinhou que o banco central “não tem moeda estrangeira suficiente [para cobrir todas as necessidades], estando a destinar divisas semanalmente para as necessidades básicas, como viagens, bolsas de estudo e despesas de saúde”.
Para Valter Felipe, esta situação “apanhou todos desprevenidos e também o sistema financeiro” e apontou como única “garantia para o Estado manter a sua reputação financeira é uma gestão rigorosa e limitadas das reservas, que rondam os 24 mil milhões de dólares”.