As kinguilas de Luanda, como são conhecidas estas mulheres que se dedicam ao negócio informal de compra e venda de divisas na rua, não apresentam qualquer explicação para estas oscilações, além de se manter a forte procura de dólares.
Confirma-se igualmente que os receios por parte de quem negoceia, tendo em conta as detenções conhecidas de kinguilas e apreensão de divisas, em Junho, voltaram a ser quase inexistentes, com as transacções a decorrerem normalmente na rua.
Na habitual ronda feita pela Lusa foi possível encontrar quem vendesse a nota de dólar, no bairro do São Paulo, a 560 kwanzas, enquanto as kinguilas do bairro dos Mártires de Kifangondo cobravam 570 kwanzas. Já no bairro do Prenda, igualmente no centro de Luanda, era possível encontrar quem vendia a nota de dólar a 580 kwanzas, enquanto na Mutamba, centro da cidade, descia para 560 kwanzas.
Ainda assim, são preços especulativos de quem vende, que, em muitos casos, como sejam os trabalhadores expatriados, é a única forma de ter acesso a divisas no actual contexto de crise económica, financeira e cambial, decorrente da quebra nas receitas petrolíferas.
O Governo português reconhece que apenas em salários de trabalhadores nacionais em Angola estão retidos, por falta de divisas para concretizar essas transferências, cerca de 160 milhões de euros.