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Construção

Soares da Costa: 60 por cento dos colaboradores da empresa portuguesa são angolanos

Actualmente a Soares da Costa emprega 3785 colaboradores, dos quais quase 60 por cento em Angola e quase 20 por cento em Moçambique. O último relatório e contas ali disponível data de 2013, ano em que o resultado consolidado atribuível ao grupo foi negativo em 63,1 milhões de euros (menos 37,8 milhões de euros em 2012) e o volume de negócios consolidado recuou 30,2 por cento, para perto de 500 milhões de euros.

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A Soares da Costa, cuja administração anunciou Terça-feira o recurso ao Processo Especial de Revitalização devido aos prejuízos acumulados e aos meses de salários em atraso, nasceu em 1918 na cidade portuguesa do Porto, pela mão de José Soares da Costa, tendo chegado a 1977 já com mais de 4000 trabalhadores.

Entretanto, passou de pequena empresa com dez operários, sobretudo dedicada à execução de acabamentos de alta qualidade, a uma das maiores empresas portuguesas no sector de construção, com uma presença global em Portugal, Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Venezuela, Macau e Brasil.

Nos últimos anos, penalizada pela crise que afectou o sector do imobiliário e construção, foi perdendo obras e influência, acumulando actualmente prejuízos de várias dezenas de milhões de euros e diversos meses de salários em atraso aos trabalhadores em Portugal e Angola, praticamente as únicas geografias onde se mantém, além de Moçambique.

Em Dezembro de 2015 a administração da construtora, actualmente liderada por Joaquim Fitas, anunciou o despedimento colectivo de 519 trabalhadores portugueses, 272 dos quais em situação de inactividade, por falta de trabalho, há já vários meses.

A expansão internacional arranca no início da década de 80 do século passado, inicialmente para a Venezuela e para a Guiné-Bissau, sendo também nessa altura que, “aproveitando a explosão de crescimento das infra-estruturas do país” na sequência da adesão de Portugal à Comunidade Europeia, a actividade da empresa se alarga dos edifícios à construção de infra-estruturas.

Em 1988 a Soares da Costa efectua um novo aumento de capital, mas mantém o carácter familiar, ficando as décadas de 80 e 90 associadas ao escalar da actividade internacional da sociedade para mercados como o Iraque, Macau, Egipto, Guiana, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde e Alemanha.

Em 2002 uma nova reestruturação interna converteu a Sociedade de Construções Soares da Costa, SA numa sociedade gestora de participações sociais (Grupo Soares da Costa, SGPS, SA, com o capital social de 160 milhões de euros) e, entre o final de 2006 e o início de 2007, o Grupo Investifino - Investimentos e Participações, SA assume o controlo do grupo, desaparecendo o carácter familiar da empresa.

Foi durante o ano de 2011 que as “substanciais alterações do contexto macroeconómico, a escassez de financiamento e a forte contracção do mercado de construção doméstico” começaram a fazer mossa na actividade da construtora, que reajustou a estratégia para a diversificação geográfica da actividade e para a área de negócios da construção.

A última alteração accionista remonta a Fevereiro de 2014, com um aumento de capital no valor de 70 milhões de euros a ser integralmente subscrito e realizado em dinheiro pela entrada de um novo investidor - a GAM Holdings, detida pelo empresário angolano António Mosquito - que passou a controlar 66,7 por cento no capital da Soares da Costa Construção, SGPS, SA, ficando os restantes 33,3 por cento nas mãos da SDC – Investimentos (ex-Grupo Soares da Costa).

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