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PR anuncia que Angola vai condecorar personalidades portuguesas nos 50 anos da independência

O Presidente da República anunciou que o país vai condecorar personalidades portuguesas nos 50 anos da independência, que se assinalam este ano, afirmando que a amizade entre os dois países é boa, mas precisa de ser alimentada.

: CIPRA
CIPRA  

"As nossas relações são boas, muito boas mesmo, mas a amizade deve continuar a ser permanentemente alimentada. É como uma flor bonita, que pelo simples facto de ela ser linda não podemos deixar de regar, sob pena de ela deixar de ser linda", afirmou João Lourenço, em Lisboa, durante uma declaração conjunta com o primeiro-ministro português.

O Presidente da República, que se encontra a cumprir o primeiro de dois dias de visita oficial a Portugal, falava no final de um encontro de ambos com empresários, seguido da assinatura de acordos bilaterais, que decorreu no Ministério dos Negócios Estrangeiros, em Lisboa.

Enaltecendo as boas relações entre os dois países, anunciou que, a propósito dos 50 anos da independência de Angola, que se assinalam a 11 de Novembro, serão condecoradas "entidades portuguesas que, de alguma forma, contribuíram para a independência de Angola, a sua manutenção ou desenvolvimento económico e social de Angola".

O reconhecimento faz parte de um programa de condecorações a figuras que se destacaram, quer na luta pela independência, como na manutenção dessa independência. Serão na sua maioria angolanas, mas também estrangeiras, entre as quais portuguesas.

Para João Lourenço, faz todo o sentido que Angola e Portugal comemorem juntos este aniversário e recordou o papel, não só dos políticos, mas também dos empresários portugueses que contribuíram para o sucesso dos 50 anos da independência de Angola.

"Acreditaram no nosso país, na nossa economia. A aposta deles hoje em Angola é ainda maior, por várias razões, mas, sobretudo, porque trabalhámos para melhorar o ambiente económico em Angola", disse, reconhecendo que não se pode dizer que a corrupção não exista, mas sim que esta, quando é conhecida, não fica impune.

"O ambiente não pode ser considerado perfeito, mas estamos a caminhar para aí, é um esforço que deve ser feito por angolanos, mas também por investidores estrangeiros que nos podem ajudar a melhorar esse ambiente de negócios", referiu.

João Lourenço congratulou-se com o anúncio do Governo português de acrescentar mais 750 milhões de euros à linha de crédito colocada à disposição de empresas portuguesas para investirem em Angola.

Esta linha atinge agora os 3.250 milhões de euros, através dos quais João Lourenço espera contar com ajuda em várias áreas, convidando o sector privado a ocupar o espaço em tempos usurpado pelo sector público.

"Não existe economia de mercado se não dermos ao sector privado o lugar que esse sector merece numa economia de mercado", disse.

Lourenço agradeceu o ambiente que encontrou em Portugal e escusou-se a abordar "assuntos polémicos, que às vezes são fabricados".

"Vamo-nos cingir a aspectos que possam fortalecer a nossa relação e não assuntos que muitas vezes são ampliados", reforçou nesta declaração à imprensa, sem direito a perguntas.

Em entrevista à TVI/CNN transmitida na passada Terça-feira, João Lourenço reconheceu existir "algum incómodo" relativamente às novas disposições da lei dos estrangeiros, aprovadas pelo parlamento português e entretanto enviadas pelo Presidente da República português para o Tribunal Constitucional.

"De facto existe algum incómodo. O Brasil teve a coragem de manifestar já esse mesmo incómodo. Nós até aqui não dissemos nada, mas é evidente que estamos a seguir a evolução da situação com muita atenção", disse, então, João Lourenço.

Após o encontro com os empresários, foram assinados 11 instrumentos de cooperação, que se juntam a outros 12 assinados há cerca de um ano, durante a visita que o primeiro-ministro português realizou a Angola e que já se encontram em vigor, segundo Luís Montenegro.

João Lourenço, que chegou a Lisboa na tarde de Quinta-feira, iniciou o programa de dois dias desta visita oficial no Palácio de Belém, onde foi recebido pelo Presidente da República português, Marcelo Rebelo de Sousa.

O chefe de Estado recebeu honras militares e assinou o Livro de Honra, antes de um encontro com o homólogo português na sala de audiências, seguido de declarações à impressa, sem direito a perguntas.

Seguiu depois para a residência oficial do primeiro-ministro português, onde se reuniu com Luís Montenegro.

Ainda na Sexta-feira visitou a Assembleia da República portuguesa, onde estava previsto um encontro com o presidente do parlamento, José Pedro Aguiar Branco.

O Presidente João Lourenço é o convidado de honra de um jantar oficial oferecido pelo seu homólogo português, no Palácio da Ajuda, reunindo-se, antes, na qualidade de presidente em exercício da União Africana, com o Grupo de Embaixadores Africanos acreditados em Lisboa.

No Sábado, segundo e último dia da visita, João Lourenço e Marcelo Rebelo de Sousa participaram, na Universidade NOVA School of Business and Economics, em Cascais, no "Diálogo entre Presidentes", no âmbito do EuroaAfrican Forum 2025.

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