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Portugal quer nova vida para Massangano, antiga capital do regime colonial

Francisco Alegre Duarte, embaixador português em Angola, expressou que Portugal está disponível para “mobilizar apoios” para impulsionar a secular vila de Massangano, que em tempos serviu como capital temporária de Angola do regime colonial português no século XVI, enquanto Luanda era ocupada por holandeses e possui diversos monumentos históricos e de interesse turístico erguidos nessa época.

: Facebook Governo da Província do Cuanza Norte
Facebook Governo da Província do Cuanza Norte  

No âmbito de uma visita às ruínas históricas de Cambambe e à vila de Massangano, o diplomata português "defendeu a valorização do património e sugeriu que o conjunto histórico-cultural possa vir a ser proposto à UNESCO como Património Mundial".

O embaixador também destacou o "valor tremendo" desta zona, referindo que Portugal pode "mobilizar apoios" para impulsionar nova vida na região.

"Este território tem um valor tremendo. Em Portugal, com o Instituto Camões e fundações como a Gulbenkian, podemos mobilizar apoios, além de apoiar junto da UNESCO o processo de candidatura", apontou, citado num comunicado do governo da província do Cuanza Norte a que o VerAngola teve acesso.

Relembrando a "passagem de um antepassado seu por Cambambe, onde, no século XIX, cumpriu pena por motivos políticos", Francisco Alegre Duarte também destacou o "papel do turismo como potencial eixo económico para a região, apontando a necessidade de conjugar esforços em áreas como segurança, formação de quadros e requalificação de infra-estruturas".

Segundo o embaixador, Angola possui uma "enorme riqueza patrimonial". "Angola é um país com enorme riqueza patrimonial. É preciso valorizá-la e abrir caminho para o turismo internacional", considerou.

Além disso, o Francisco Alegre Duarte também se mostrou admirado com o legado histórico desta região.

"Durante a visita guiada, com o apoio do Soba Geral de Massangano e do historiador Edigar Marcolino, o diplomata português manifestou profunda admiração pelo legado histórico da região", tendo sublinhado a importância do corredor do Kwanza – que inclui Cambambe, Massangano e Dondo – como "verdadeira auto-estrada para o interior de Angola", antes e depois da chegada dos portugueses, "sendo determinante para fenómenos como a exploração mineira, a propagação do cristianismo e o desenvolvimento agrícola".

Além de expressar a disponibilidade do seu país em colaborar com Angola para aproveitar da melhor forma esta vila, o embaixador também manifestou disponibilidade em divulgar este sítio junto da comunidade portuguesa para fomentar o turismo, tendo, no entanto, recomendado mais investimento por parte das autoridades locais para melhorar as vias de acesso, bem como a edificação de mais infra-estruturas hoteleiras e outras necessárias ao progresso económico local, escreve a Angop.

Por sua vez, o governador do Cuanza Norte, João Diogo Gaspar "reforçou a importância da parceria com Portugal, destacando o papel da província no acolhimento de turistas, o valor simbólico dos sítios históricos e a necessidade de preservar os traços autênticos dessas estruturas".

Citado no comunicado, o governador também defendeu que "a história de Angola deve ser contada com verdade e orgulho", recordando que Massangano é "palco anual da peregrinação de mais de 30.000 fiéis e que a província tem sido destino de turistas de várias partes do mundo".

"Angola não foi descoberta – sempre existiu aqui um povo resiliente. Hoje vivemos uma relação de irmandade com Portugal, e estamos abertos a trabalhar juntos na preservação do património, na formação técnica e na atracção de investimentos", referiu João Diogo Gaspar.

Já no seu Facebook, João Diogo Gaspar escreveu que a visita do embaixador ao Cuanza Norte aconteceu numa altura especial.

"Esta vinda à nossa província acontece num momento especial, por estarmos a comemorar os 50 anos da nossa independência e por também decorrerem acções que visam requalificar e dar maior dignidade a esta vila histórica e turística da nossa terra", lê-se na publicação a que o VerAngola teve acesso.

"Portugal e Angola partilham uma história comum. Com esta visita do diplomata português a Massangano, há uma demonstração clara da importância que o Estado português atribui a esta região e o contributo que os homens saídos daqui deram para o desenvolvimento dos vários países em que foram transportados, incluindo Portugal", escreveu, acrescentando: "É um momento de unidade e reconhecimento pela história e os laços que nos unem. É um momento de dar as mãos, fortificarmos as relações e trabalharmos em benefício dos povos de ambas as Nações".

Segundo o governo provincial do Cuanza Norte, o embaixador português visitou, esta Terça-feira as ruínas históricas de Cambambe e a secular vila de Massangano.

O governador provincial acompanhou Francisco Duarte Alegre nesta visita que se inscreve "no reforço das relações de cooperação histórica e cultural entre Angola e Portugal, num momento marcado pela aproximação das celebrações dos 50 anos da independência nacional".

"No final, ambas as delegações reafirmaram o compromisso em desenvolver sinergias nas áreas do turismo, cultura e educação, com foco no fortalecimento da cooperação bilateral e na valorização da memória comum", lê-se no comunicado.

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