"O meu foco hoje é perceber em que medida é que as empresas portuguesas estão a impor-se e a implementar-se em Angola e em que medida é que os poderes públicos e aqueles que dependem da responsabilidade do Governo podem ajudar a cooperar com a sua actividade e através dessa cooperação ajudar também o país em questão, que é Angola", disse.
Na Refriango, Montenegro visitou longamente toda a cadeia de produção e até provou várias versões – filtrada e não filtrada – da cerveja aqui produzida.
"Um brinde à cooperação com Angola", saudou, trocando cumprimentos com o ministro das Relações Exteriores, Téte António.
O primeiro-ministro luso considerou que as duas empresas visitadas esta Quarta-feira fazem "um duplo serviço público".
"Por um lado, alavancar a economia de Angola, dar oportunidades de emprego, contribuir para o desenvolvimento social e económico deste país, que é um país irmão. Ao mesmo tempo, dar um impulso à nossa capacidade do ponto de vista de conquista de mercado, do ponto de vista da internacionalização da nossa economia", disse.
Montenegro defendeu que em Portugal as empresas têm "capacidade tecnológica, bons recursos humanos, bons empresários com capacidade empreendedora".
"Temos de ter confiança naquilo que somos capazes de fazer dentro de portas e fora de portas, a bem do nosso país, do bem-estar dos portugueses, mas também a bem daqueles espaços para onde nos deslocalizamos, é o caso aqui de Angola", apelou.
Na Powergol, o primeiro-ministro português visitou o centro de formação e treino no domínio das instalações e infra-estruturas eléctricas, situado no Bom Jesus, e apontou-o como um exemplo do que se pretende generalizar com um dos acordos assinados na Terça-feira entre Portugal e Angola.
Nesse protocolo, pretende-se que Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) comece a trabalhar em Angola para promover a formação profissional de quadros angolanos.
Questionado sobre o destino do aumento da linha de crédito Portugal-Angola, que foi aumentada em 500 milhões de euros nesta visita, Montenegro disse apenas que estará "muito relacionada com as infra-estruturas que o Governo angolano tem priorizado e às quais Portugal se associa através dessa linha de crédito específica".
Além disso, em declarações aos jornalistas ao final da manhã desta Quarta-feira, apelou a uma "injecção redobrada de confiança" na capacidade da economia portuguesa, depois de elogiar dois "magníficos exemplos" de investimento nacional em Angola.
"O que nos interessa hoje assinalar é a capacidade que nós temos, é confiarmos. Nós precisamos de uma injecção de confiança redobrada na capacidade da economia portuguesa, na nossa capacidade técnica, na nossa capacidade empresarial e na nossa capacidade também de atrair investimento ou de fomentar o investimento no exterior", afirmou.
O primeiro-ministro português foi questionado se, um dia depois, já pode esclarecer como e quando vai aplicar o diploma que baixa o IRS promulgado pelo Presidente da República português (com origem num diploma do PS), mas ironizou com dificuldades de comunicações no local para não responder.
"Estou sem rede", disse apenas, dizendo não querer desviar o foco do programa desta Quarta-feira, centrado na vertente económica.
Já durante a tarde desta Quarta-feira, Luís Montenegro visita na Feira Internacional de Luanda (FILDA) o pavilhão de Portugal e vários 'stands' de empresas portuguesas e angolanas, fazendo a intervenção de encerramento do Fórum de Negócios Angola-Portugal, dedicado ao tema do sector agro-alimentar.