Nesta Quinta-feira, segundo e último dia da visita de João Lourenço à província, o chefe de Estado esteve na Fazenda Vinevala, onde presenciou o arranque da colheita de trigo que é produzido em grande escala naquele empreendimento agrícola, localizado no município do Chinguar, prevendo-se uma colheita de cerca de 15 mil toneladas de trigo, cultivado em 5080 hectares, contrariamente aos 3000 plantados na campanha anterior.
Na ocasião, o Presidente da República visitou o empreendimento agrícola, que tem cerca de 15 mil hectares e que, na época agrícola passada, registou uma produção de mais de 18 mil toneladas de vários produtos, tais como trigo, batata-rena, ervilha, ananás, tomate, soja, milho e feijão, escreve a Angop.
Além disso, a agenda do chefe de Estado incluiu ainda uma visita à unidade fabril dedicada a transformar trigo em farinha, detida pela Fazenda Vinevala. Capaz de uma produção de 60 toneladas por dia, a fábrica pode vir a funcionar em absoluto em Setembro, apesar de já operar de forma experimental desde o fim do último trimestre do ano passado.
Contudo, as novidades não se ficam por aqui. A fazenda prevê, ainda no presente ano, colocar em funcionamento as unidades de massa alimentar, padaria e processamento de sementes, para complementarem a indústria de milho já em funcionamento no Bié.
Em termos de empregos, segundo a Angop, até Setembro, o empreendimento agrícola espera alcançar 5000 empregos, tanto directos como indirectos, em comparação aos actuais cerca de 4000, devido ao crescimento do investimento na cultivação do trigo e outros bens.
Ainda nesta Quinta-feira, a agenda do Presidente da República prevê uma deslocação até Chipeta, onde vai aferir a operação da Cerâmica da Paz e do Centro de Produção de Mudas, cuja gestão dos projectos cabe ao Instituto de Segurança Social das Forças Armadas Angolanas.
Já no primeiro dia da visita de trabalho, assinalado na Quarta-feira, o Presidente da República constatou a agricultura no Bié, através de uma visita à Feira de Produção Agrícola.
"Como primeiro acto do programa estabelecido para a visita de trabalho à província do Bié, o Presidente da República percorreu, de modo exaustivo, a Feira de Produção Agrícola expressamente montada na cidade do Cuito", informa o CIPRA, em comunicado, a que o VerAngola teve acesso.
"Os nove municípios da província exibiram o seu potencial produtivo, que o Chefe de Estado apreciou, recebendo explicações pontuais nos stands que visitou", aponta o CIPRA, acrescentando que os cereais, dos quais se realça o arroz e milho, feijão, frutas e ginguba "estiveram em grande plano na amostra que a província do Bié preparou para esta ocasião".
Já na noite de Quarta-feira, João Lourenço manteve uma reunião com o governo provincial. Orientado pelo Presidente da República, o encontro serviu para avaliar, de forma global, a situação no território.
Na ocasião, o governador provincial, Pereira Alfredo, "traçou o quadro de cada um dos sectores fundamentais da vida socioeconómica da circunscrição, assinalando ganhos e desafios, tendo sido secundado pelos ministros dos pelouros visados, para esclarecimentos", refere outra nota do CIPRA, a que o VerAngola teve acesso.
No final da reunião, constatou-se que, nos últimos seis anos, o Bié registou processos consideráveis, especialmente no sector social, o qual tem contribuído de forma positiva para o bem-estar da população.
Segundo a Angop, no encontro procedeu-se à apresentação do memorando acerca dos resultados principais da actividade governamental, realizada entre 2018 e o primeiro semestre deste ano, as directrizes estratégicas e estruturais estabelecidas para fomentar o crescimento equilibrado e harmonioso da província e assegurar o bem-estar da comunidade.
Um dos exemplos prende-se com o sector da educação, tendo sido abertas e disponibilizadas à comunidade 97 escolas, totalizando 826 novas salas de aula e saindo beneficiados 97 mil estudantes. Além disso, o número de professores também cresceu de 12.463 para 16.689.
Outro dos exemplos dos avanços foi notado no domínio da saúde, onde foram erguidas e abertas 21 unidades sanitárias novas. Também ingressaram no sector 4819 profissionais, em várias áreas, aumentando assim a capacidade de atendimento na província.
A radiografia à situação da província foi rigorosa, tendo sido apreciados os progressos e desafios em diversos sectores, como o do ensino superior, saúde, agricultura, indústria e comércio, energia e águas, entre muitos outros.