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Standard Bank: Angola pode perder oportunidade de tornar sustentável potencial demográfico

O Standard Bank Angola alertou para o risco de o país perder a oportunidade de tornar o dividendo demográfico num pilar de sustentabilidade, devido à fraca qualidade da educação e incapacidade de geração de emprego, foi anunciado esta Segunda-feira.

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O Standard Bank, em nota de resumo do II Briefing Económico 2024 tornada pública esta Segunda-feira, alertou também para um "elevado risco" de o crescimento da economia angolana se manter abaixo do objectivo de 3 por cento, como prevê o Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN) 2023-2024, "devido a pressões cambiais e fiscais e a um investimento moderado".

De acordo com o seu economista chefe, Fáusio Mussá, que foi orador do encontro de Sexta-feira, apesar de Angola possuir 35 milhões de habitantes e uma população economicamente activa de 17,4 milhões, o emprego formal é muito reduzido e o desemprego atinge 32 por cento da população activa.

Com uma educação de "fraca qualidade e sem grande capacidade de geração de emprego", observou o economista, o dividendo demográfico "é desperdiçado".

Fáusio Mussá salientou também que "apesar do aumento do salário mínimo em Junho, na ordem dos 119 por cento, a alta inflação e o desemprego elevado continuam a ter impacto negativo no custo de vida e na economia em geral".

O especialista comentou igualmente o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre de 2024 de 4,6 por cento em termos homólogos, um máximo de nove anos, referindo que este reflecte, por um lado, efeitos de base positivos do sector petrolífero, que cresceu 6,9 por cento, embora se verifique, por outro lado, "um crescimento surpreendente do PIB não petrolífero de 3,9 por cento em termos homólogos".

"Mantemos a nossa previsão de crescimento do PIB em 2,3 por cento em 2024, efectuada na edição de Junho do African Markets Revealed", disse, sublinhando ainda a "forte dependência do sector petrolífero, que representa cerca de 95 por cento das exportações, mais de 50 por cento das receitas fiscais e cerca de 1/3 do PIB".

Fáusio Mussá referiu também que os pressupostos de crescimento económico do Governo para 2024 "parecem optimistas, uma vez que a economia não petrolífera exige níveis adequados de divisas para funcionar".

Quanto à política monetária, o economista chefe do Standard Bank em Angola, Moçambique e República Democrática do Congo considerou que esta deve continuar a ser mais restritiva, "dado que o elevado crescimento da massa monetária em moeda local e os empréstimos e o crédito ao Estado não ajudam a combater a inflação e nem apoiam o kwanza".

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