Os exemplos abundam, mas em Angola, os aplicativos de mobilidade são os que mais se destacam, com várias empresas a dinamizar o sector – a Yango e a Heetch são alguns exemplos.
Estima-se que este sector movimenta diariamente cerca de 60 milhões de kwanzas em termos de rendimento para motoristas e empresas que gerem frotas. Actualmente, mais de 10 mil luandenses usam aplicativos de mobilidade para trabalhar.
Os números em crescendo mostram claramente como a economia partilhada, em geral, e os aplicativos de mobilidade, no caso angolano, representam uma oportunidade única de emprego e de fonte principal ou adicional de rendimentos, que podem até ser muito superiores à oferta do mercado de trabalho tradicional.
Em alguns casos, um motorista pode ganhar até um milhão de kwanzas por mês com transporte por aplicativo. No contexto actual, o valor é especialmente relevante.
Num exercício rápido, tomemos como exemplo o custo de uma das viaturas mais utilizadas actualmente nos serviços de transporte por aplicativo, o Sukuzi S-Presso AT Automático. Este modelo custa actualmente 10.624.800 Akz, de acordo com sites da especialidade. Com uma facturação de mais de 1 milhão de kwanzas mensais, dois anos bastariam para que o motorista liquidasse o valor total da viatura.
Sabemos que nem todos podem guardar durante dois anos um rendimento deste calibre no mealheiro, mas para isso também há soluções. De acordo com o desempenho dos motoristas e das empresas de transporte aos quais estão afectos, algumas destas plataformas digitais têm programas de créditos a leasing para facilitar a compra de viaturas novas aos motoristas de topo – uma lógica totalmente inovadora que a economia de partilha traz à relação com os prestadores de serviço.
Além de constituir uma oportunidade para quem procura um trabalho remunerado e melhores condições de vida, os aplicativos de mobilidade dão um contributo significativo para facilitar a circulação em Luanda, garantindo conforto e segurança para os utilizadores. Ao complementar e aumentar a oferta de transporte, permitem não só ajudar a resolver problemas de mobilidade, como também contribuem para a sustentabilidade ambiental da cidade.
O modelo da economia de plataformas e da economia está a revolucionar o mundo e o nosso país. A inovação tecnológica e de negócio propicia o crescimento económico, a produtividade, competitividade e é uma fonte importante de oportunidades ilimitadas de auto-emprego, crescimento profissional e pessoal.