Segundo o ministro do Planeamento, Victor Hugo Guilherme, o documento apresenta oportunidades e soluções de investimento nos domínios da alimentação e bebidas, educação, energia renovável, infra-estruturas, sector financeiro e serviços.
Este instrumento integra a perspectiva de concretização das prioridades do Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN) 2023-2027 e os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030.
O governante realçou que o Mapa de Investimento Sustentável resulta de um conjunto de acções que contou com a participação efectiva de representantes de distintos departamentos ministeriais, sector privado, representações diplomáticas, parceiros de desenvolvimento, academia e sociedade civil.
Victor Hugo Guilherme sublinhou que Angola está num processo de diversificação da sua economia e conta com a participação de todos, frisando que o sector privado "é definitivamente o grande motor do desenvolvimento, da geração de emprego, de serviços de qualidade, de inovação e de geração de riqueza", cabendo ao Estado criar condições para que os empresários possam investir com o mínimo de barreiras possíveis.
Na sua intervenção, a representante do Programa das Nações Unidas para o desenvolvimento (PNUD) em Angola, Denise António, adiantou que há oportunidades de investimento, mas é também importante abordar os riscos e desafios actualmente enfrentados pelas empresas, fundamentais para dinamizar o investimento privado.
"Tal inclui a melhoria do ambiente empresarial, a promoção da digitalização para simplificar os processos administrativos, o reforço do apoio às microempresas e o reforço da Janela Única de Investimento, para citar alguns exemplos", disse.
Denise António defendeu a criação de parcerias inovadoras entre o sector público e privado, o diálogo sobre possíveis reformas, reuniões de investidores e mais trabalho analítico para identificar e promover oportunidades de investimento a nível municipal.
A representante do PNUD destacou o compromisso de Angola, nos últimos anos, com o avanço das ODS, mas para alcançar esses objectivos ambiciosos é necessário além da acção do Governo a participação activa do sector privado, sociedade civil e parceiros internacionais.
A Lusa ouviu alguns representantes do sector privado sobre as suas experiências, como a empresária Elisabete dos Santos, do sector avícola, que referiu que os problemas de Angola estão todos identificados, sendo necessário passar-se para acção, com a apresentação de soluções.
"Eu comecei há 14 anos, e nesta altura eu pensei que o sector avícola já estaria num nível muito elevado, e aquilo que aprecio no dia-a-dia é que nós recuámos na capacidade de produção interna", considerou.
Por sua vez, o presidente da Associação Industrial de Angola, José Severino, considerou importante a inclusão do sector das pescas, porque o país já produziu 800 mil toneladas por ano e hoje atinge apenas 250 mil toneladas anuais.
José Severino enfatizou a importância de se olhar para as questões das pescas e combater "a depredação dos recursos".
"Mas com alguma violência, porque o crime não se trata com luvas, o crime trata-se com violência, porque há aqui algumas organizações que não respeitam os nossos interesses nacionais", sublinhou.