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Primeira fase da refinaria de Cabinda entra em funcionamento no segundo semestre de 2024

A primeira fase da refinaria da Cabinda vai estar concluída no segundo semestre de 2024, permitindo a produção de 30.000 barris de petróleo/dia, disse esta Quinta-feira o presidente da Gemcorp, accionista maioritária, que detém 90 por cento da instalação.

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A Gemcorp, sediada no Reino Unido, anunciou esta Quinta-feira a conclusão do pacote financeiro para a construção da refinaria na província de Cabinda, tendo assegurado desta forma todo o financiamento necessário, disse Atanas Bostandjiev, em entrevista à agência Lusa.

A Gemcorp, enquanto "patrocinador do investimento", contribui com 135 milhões de dólares enquanto o sindicato bancário constituído pelo Africa Finance Corporation (AFC) e Afreximbank Industrial Development Corporation (IDC) da África do Sul, o Arab Bank for the Economic Development in Africa (BADEA) e o Banco de Fomento Angola (BFA) entregarão outros 335 milhões para a construção da refinaria.

O projecto, orçado em 473 milhões de dólares foi lançado há dois anos, mas segundo Atanas Bostandjiev "não está atrasado", pois durante este período "foram feitas várias coisas para acelerar" as obras e o processo tecnológico, mal fosse concluído o processo de financiamento.

Questionado sobre o reembolso dos montantes avançados pela petrolífera estatal angolana Sonangol, accionista minoritário (10 por cento), que, conforme avançou o semanário Expansão, teve de se substituir à Gemcorp para pagar os primeiros módulos da futura refinaria, Atanas adiantou que "tudo será feito de acordo com o que foi estabelecido contratualmente", sem avançar prazos nem valores.

"Temos um acordo com a Sonangol relativo a quaisquer financiamentos para o projecto e vamos respeitar esse contrato, tudo será feito de acordo com o contrato", disse à Lusa, sublinhando que se trata de um contrato distinto do pacote agora aprovado para a construção da refinaria.

Quanto a eventuais dificuldades que as sanções impostas à Rússia, devido à guerra na Ucrânia, colocam ao acesso da Gemcorp aos mercados financeiros, devido às ligações a entidades e investidores russos, o responsável lamentou a "tragédia", mas realçou que a conclusão do financiamento da refinaria de Cabinda, liderado por dois dos maiores bancos pan-africanos, mostra que a Gemcorp "está à altura das suas promessas".

"E mostra que estamos mais fortes do que nunca no que diz respeito a atrair investimento para projectos estratégicos. Este pacote financeiro é testemunho disso", acrescentou.

Atanas Bostandjiev assinalou que a Gemcorp tem injectado uma quantidade significativa de capital para a economia angolana, indicando que, nos próximos meses vai ser lançada a segunda fase da refinaria, com mais 30 mil barris diários, contribuindo para satisfazer quase 20 por cento das necessidades de produtos refinados.

"O sector da energia é um dos nossos principais focos e acreditamos que a refinaria de Cabinda será um passo significativo para desenvolver mais esta indústria em Angola. Esperamos, nos próximos anos, trazer pelo menos mais 500 milhões a mil milhões de dólares de investimento, desenvolvendo a segunda fase, LPG (gás liquefeito de petróleo) e até uma pequena unidade petroquímica", salientou.

"Para nós, o objectivo é usar os conhecimentos e competências financeiras e industriais, usar recursos locais, trazer 'know-how' e criar empregos", complementou o CEO e fundador da Gemcorp.

Actualmente a Gemcorp emprega cerca de 150 pessoas em Angola.

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