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Consultora Oxford Economics baixa crescimento de Angola de 2,5 por cento para 1,9 por cento este ano

A consultora Oxford Economics reviu esta Segunda-feira em baixa a previsão de crescimento para Angola, antecipando agora uma expansão de 1,9 por cento devido aos efeitos da depreciação do kwanza na inflação e nas taxas de juro.

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"Prevemos agora que o crescimento real do Produto Interno Bruto abrande de 2,5 por cento para 1,9 por cento em 2023; na nossa opinião, a aguda depreciação da moeda vai resultar em subidas acentuadas na inflação e nas taxas de juro, que vão afectar os bolsos dos consumidores, reduzindo assim o crescimento económico", escrevem os analistas do departamento africano desta consultora britânica.

Na nota enviada aos clientes, e a que a Lusa teve acesso, a Oxford Economics diz que a produção petrolífera deverá cair 1,7 por cento, para 1,121 milhões de barris diários este ano, essencialmente devido às obras de manutenção feitas durante o primeiro trimestre.

"A queda na produção foi apenas temporária devido a obras de manutenção, e a produção já começou a recuperar em Maio, devendo crescer modestamente até final de 2023, mas devido às perdas no primeiro trimestre, antecipamos agora uma queda na produção, que vai pesar no crescimento económico geral este ano", escrevem os analistas, acrescentando: "Já não prevemos que o PIB não petrolífero seja tão robusto como prevíamos em Maio".

O PIB de Angola fixou-se em 0,3 por cento nos primeiros três meses de 2023, em termos homólogos, e recuou 1,1 por cento face ao trimestre anterior, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE).

De acordo com a Folha de Informação Rápida, esta é a primeira vez que o PIB trimestral desliza para terreno negativo desde o segundo trimestre de 2021.

O recuo na actividade de exploração e refinação de petróleo (1,11 pontos percentuais) esteve na base da variação trimestral negativa e crescimento anémico do primeiro trimestre de 2023.

Em termos homólogos, o Valor Acrescentado Bruto (VAB) do petróleo teve uma queda de 8,0 por cento, no primeiro trimestre de 2023, em relação ao trimestre homólogo, contribuindo negativamente em 2 pontos percentuais para a variação total do PIB.

Na sequência da divulgação destes dados, no início do mês, o Ministério da Economia e Planeamento descartou qualquer recessão económica em consequência da estagnação da economia do país no primeiro trimestre de 2023, devido à queda petrolífera, considerando que "os programas estruturantes" devem inverter o curso da evolução deste indicador macroeconómico.

O chefe do departamento de Política e Gestão Macroeconómica do ministério, Martins Afonso, defendeu que a evolução do PIB no primeiro trimestre de 2023 não é sintomático de recessão.

"Esse crescimento de -1,1 por cento é uma taxa trimestral, mas a variação homóloga representa um crescimento de 0,3 por cento, agora quando nós comparamos em relação ao quarto trimestre de 2022, ali nós vamos registar um declínio de 2,3 pontos percentuais", respondeu o responsável à Lusa durante um encontro com a imprensa.

Segundo Martins Afonso, o registo do PIB dos primeiros três meses de 2023 não se traduz numa recessão: "A economia estagnou por conta de uma queda abrupta que se registou no sector petrolífero", argumentou.

"O que ocorreu neste sector é que a quantidade de produção caiu significativamente e isso reflectiu-se na queda das exportações e, reflectindo-se nessa queda, tem uma forte influência na capacidade da entrada de recursos, ou seja, nas divisas", sustentou.

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