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Economia

Consultora BMI prevê recessão de 0,7 por cento este ano em Angola

A consultora BMI, do grupo Fitch Solutions, reviu esta Segunda-feira em baixa a previsão de crescimento para Angola este ano, antecipando um regresso à recessão, essencialmente devido à desvalorização do kwanza e ao aumento da inflação.

:  Angola Image Bank
Angola Image Bank  

"Prevemos que o PIB real vá contrair-se 0,7 por cento em 2023, depois de uma expansão de 3,1 por cento em 2022, o que é uma revisão em baixa face à nossa anterior previsão de 1,8 por cento", lê-se numa nota enviada aos investidores, e a que a Lusa teve acesso.

Na revisão das perspectivas de evolução da economia de Angola, os analistas explicam que "esta revisão reflecte largamente o impacto da forte desvalorização do kwanza em Junho", e acrescentam que "o aumento da inflação vai impactar no consumo das famílias e no investimento das empresas, o que coloca ainda mais pressão descendente na actividade económica do sector petrolífero".

A BMI, anteriormente conhecida como Fitch Solutions, detida pelos mesmos donos da agência de notação financeira Fitch Ratings, é das primeiras consultoras a assumir nas previsões que Angola pode voltar ao crescimento negativo que enfrentou entre 2016 e 2021, motivando a intervenção do Fundo Monetário Internacional.

"Como não prevíamos que o crescimento abrandasse para menos de 1 por cento [no segundo trimestre] e por causa da forte desvalorização do kwanza, que caiu 39,6 por cento só em Junho, e o impacto inflacionário, prevemos agora que haverá uma contracção de 0,7 por cento no PIB real, pior que a nossa anterior estimativa de 1,8 por cento de crescimento", escrevem.

As más notícias continuam na inflação e na produção petrolífera, com a BMI a prever uma aceleração da inflação de 11 por cento para 15 por cento, chegando ao final do ano nos 17 por cento face ao período homólogo, e com a produção petrolífera a cair 2,4 por cento, o que, aliado à queda de 19,2 por cento no preço do barril, para 80 dólares em 2023, "vai aumentar o impacto da queda da produção de petróleo".

Olhando para 2024, a previsão da BMI aponta para um regresso a um crescimento de 0,6 por cento "devido à ligeira recuperação dos preços do petróleo, que vão subir 2,4 por cento para 83 dólares por barril, e ao abrandamento da queda da produção interna", para 1,7 por cento.

Apesar de a inflação ainda aumentar para 18 por cento no próximo ano em resultado dos cortes aos subsídios dos combustíveis, os analistas estimam que Angola vá crescer 1,9 por cento em 2024.

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