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Kwik: instrumento de transferências instantâneas já foi lançado

Um instrumento de transferências instantâneas, designado de ‘Kwik’, foi lançado oficialmente nesta Quinta-feira, numa cerimónia que contou com a presença do governador do Banco Nacional de Angola (BNA), Manuel Tiago Dias.

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Ao falar na ocasião, o governador disse ser com "enorme regozijo" que se assistiu ao lançamento do 'Kwik' (acrónimo para Kwanza Instantâneo), "que é o culminar de um programa iniciado pela EMIS, há cerca de dois anos, com o apoio do Banco Nacional de Angola".

"Este programa resultou de uma avaliação conjunta que foi feita no âmbito da assistência técnica do Banco Mundial, perspectivando o aumento dos níveis de inclusão financeira em Angola", indicou.

Manuel Tiago Dias disse que actualmente Angola tem "uma taxa de bancarização baixa, o que significa dizer que grande parte da" população adulta "se encontra excluída do acesso aos serviços bancários".

"Se podemos dizer que Angola está relativamente bem no que toca aos serviços bancários clássicos, colocando-se ao nível do que de melhor se pratica em África, o mesmo não podemos dizer no que toca a soluções orientadas para a população não bancarizada, onde as ofertas existentes são ainda muito limitadas", referiu.

O governador do BNA considerou ainda que "o acesso aos serviços financeiros elementares, a começar pelas transferências instantâneas de fundos, é muito importante, não só para promover a formalização da economia, como também para pavimentar o caminho de acesso ao microcrédito, que é verdadeiramente o objectivo maior de um programa de inclusão financeira".

Nesse sentido, o banco central, em parceria com a EMIS, "decidiu assumir um papel activo no desenvolvimento deste novo instrumento de pagamento, que é o Kwik, um instrumento de pagamento moderno, adaptado à realidade do mundo não bancário, inclusivo e de fácil utilização".

"O desenvolvimento de um instrumento de pagamento de aceitação universal obriga à existência de uma infra-estrutura de mercado financeiro que assegure a interoperabilidade entre todos os prestadores de serviços participantes, em igualdade de condições, sejam eles bancários ou não bancários", afirmou, acrescentando: "Assim, tendo em conta a importância da interoperabilidade, à semelhança do que está a ocorrer em outras geografias, onde o Estado assume a responsabilidade pelas infra-estruturas de mercado financeiro que suportam os instrumentos de pagamentos inclusivos, estamos a avaliar a adopção de uma moratória alargada relativamente aos custos de interoperabilidade com o arranjo Kwik, para todos os prestadores de serviços participantes".

Manuel Tiago Dias indicou ainda que para que uma ferramenta de pagamento deste género "seja verdadeiramente" inclusiva "é fundamental que tenha uma marca única, amplamente conhecida pelo público e aceite pela generalidade dos prestadores de serviços de pagamento, tal como acontece" actualmente com os cartões, sobretudo os da marca Multicaixa.

Na sua intervenção, disse ainda que se pretende que este novo instrumento se desenvolva no mercado, "num ecossistema que propicie condições para que as startups possam encontrar espaço que lhes permita dar o seu contributo no Sistema de Pagamentos de Angola".

"As transferências instantâneas Kwik e o cartão Multicaixa correspondem, assim, a dois instrumentos de pagamento, que deverão coexistir de forma integrada no nosso mercado dos serviços de pagamento", acrescentou.

Destacou ainda "o indispensável contributo dos operadores de comunicações móveis para este esforço de inclusão financeira", uma vez que a sua participação "será determinante para a inclusão da população que não tem acesso aos serviços financeiros, tirando partido da sua capilaridade e da sua experiência na gestão de redes de agentes".

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