De acordo com o documento, o banco apresentou resultados líquidos de 57,9 milhões de escudos (523 mil euros) no final do exercício de 2022, o que compara com os 108,5 milhões de escudos (981 mil euros) de lucros em 2021, uma quebra de 46,6 por cento no espaço de um ano e que surge após um aumento de 384 por cento de 2020 para 2021.
"No cômputo geral dos sete bancos comerciais que operam no mercado em Cabo Verde, o BAICV apresentou em 2022 crescimentos em termos de quota nos activos, de 8,43 por cento para 9,02 por cento, e nos depósitos, 6,15 por cento para 6,82 por cento, e na quota parte nos créditos, ou seja de 13,91 por cento para 14,17 por cento (considerando os Títulos de dívida pública)", lê-se no relatório e contas.
O BAICV é detido maioritariamente (81,63 por cento) pelo Banco Angolano de Investimentos (BAI), sendo ainda participado em 9,20 por cento pela petrolífera angolana Sonangol.
"No exercício findo em 31 de Dezembro de 2022 o banco adquiriu em processo de recuperação de dívidas de terceiros, 20.000 acções próprias ao preço de 1.000 escudos cabo-verdianos, que corresponde ao seu valor nominal. Em 31 de Dezembro de 2022 o montante de acções próprias corresponde a 0,96 por cento do capital social", explica ainda a instituição, no documento.
O activo líquido do BAICV cresceu 13,5 por cento em 2022, para 28.203 milhões de escudos (255 milhões de euros), o crédito líquido a clientes aumentou 8,9 por cento, para 11.417 milhões de escudos (103,2 milhões de euros), enquanto o volume de crédito e juros vencidos cresceu 13,3 por cento, para 879,1 milhões de escudos (7,9 milhões de euros).
O BAICV fechou 2022 com 137 trabalhadores, dez balcões e 45.851 clientes.
A administração do banco propôs aplicar 10 por cento dos lucros do ano passado na reserva legal, 8 por cento em reservas de estabilização de dividendos, 30 por cento na distribuição de dividendos, 17,5 por cento em reservas livres e 34,5 por cento em reservas para acções próprias.
O banco destaca ainda que "apesar do contexto económico desfavorável, causado pela pandemia da covid-19, verificou-se ao longo de 2022 um crescimento de recursos a nível do sistema bancário de 7,4 por cento", equivalente a mais 17.482 milhões de escudos (158,1 milhões de euros), "beneficiado em parte pelas poupanças acumuladas durante a pandemia e de um ambiente monetário mais acomodatício".
A 31 de Dezembro de 2022, os recursos de clientes do BAICV, "que constituem a principal fonte de financiamento" da instituição, ascendiam a 16.980 milhões de escudos (153,5 milhões de euros), um crescimento de 17,6 por cento face a 2021, no caso "muito superior ao crescimento da carteira do mercado [que subiu 7,4 por cento, para 252.462 milhões de escudos - 2.283 milhões de euros], com reflexo a nível da quota de mercado do banco que passou de cerca de 6,1 por cento para 6,7 por cento".
Refere igualmente que a actividade bancária em Cabo Verde continuou em 2022 a ser "condicionada pelo contexto económico e social que o mundo atravessa, que impactaram os sectores económicos importantes como o turismo, os transportes e serviços conexos, a restauração e o comércio, introduzindo riscos tanto pela redução do nível de actividades das empresas como pelos desequilíbrios no mercado de trabalho e desemprego".
