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Pescadores do Namibe preocupados com diminuição dos recursos no sul de Angola

O presidente da Associação de Pesca do Namibe considerou “extremamente preocupante” os resultados da pesca em Angola, que “vêm decrescendo acentuadamente” na zona sul do país, e pediu medidas para acabar com a pesca ilegal.

: Ampe Rogério/Lusa
Ampe Rogério/Lusa  

Jorge Hilário de Sousa disse, em declarações à agência Lusa, que há uma deslocação dos barcos da zona norte para o sul, o que cria vários constrangimentos económicos, nomeadamente mais gastos com o combustível, alimentação e conservação do pescado, estando também em dificuldades as empresas de transformação localizadas na Baía Farta (província de Benguela) e Cuanza Sul.

Segundo Jorge de Sousa, os empresários do sector estão na iminência de "ter situações muito mais gravosas a nível social", se não forem tomadas medidas concretas para impedir que a pesca legal não declarada tenha fim, considerando que "não é bom" o quadro que se apresenta.

O também presidente da Liga das Associações de Pesca, Aquicultura e Sal de Angola (LAPAS) frisou que na pesca artesanal há uma situação de degradação dos fundos marinhos e um "fluxo muito grande" de pessoas do interior para as comunidades piscatórias, trazendo hábitos diferentes e uma pressão sobre os recursos existentes na costa.

"Tudo isto, aliado a práticas não correctas de pesca, trazem, a par dos arrastos, esta debilidade, esta falta de capacidade de os recursos se regenerarem", disse.

No que respeita aos peixes que estão em águas menos profundas, próximas da costa, Jorge de Sousa sublinhou que existe captura, mesmo em períodos não autorizados, numa "pilhagem declarada", por embarcações de grande porte, devido à fragilidade dos meios de fiscalização.

"Essas embarcações que deviam estar ou devem operar para lá das 15 milhas náuticas operam em zonas de pesca destinadas à pesca semi-industrial", sublinhou o líder associativo, alertando que a situação causa também problemas de segurança marítima, nomeadamente o desaparecimento de embarcações da pesca artesanal.

De acordo com o presidente da Associação de Pescas do Namibe, na pesca artesanal a tendência é igualmente de as pessoas deslocarem-se mais para sul, porque no norte vão escasseando os recursos, lembrando que, em anos passados, a pesca de arrasto teve maior incidência na zona norte.

"Urge uma tomada de medida consciente no sentido de se acautelar a continuidade das empresas, dos investimentos feitos em terra por empresários nacionais – com a responsabilidade social de empregar –, serem protegidos imediatamente. Estamos na iminência de termos despedimentos em massa", alertou.

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