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Bispos católicos defendem que igreja deve manter neutralidade política mas capaz de “denunciar o mal”

A Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST) defendeu esta Quinta-feira que a igreja deve manter a sua neutralidade política, mas “sem se escusar de denunciar o mal”, refere o comunicado final da II assembleia anual dos bispos católicos.

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No comunicado lido pelo porta-voz da CEAST, Belmiro Tchissengueti, os bispos referiram que na análise da situação do país foi constatada "uma tímida melhoria no tratamento das actividades dos partidos políticos", encorajando todos os órgãos de comunicação "a fomentarem a cultura do contraditório e da informação imparcial a bem da cidadania e da democracia".

Angola vai realizar no dia 24 de Agosto deste ano as suas quintas eleições gerais, com a participação de oito concorrentes, dos quais sete partidos políticos e uma coligação.

Os bispos disseram que foram também constatados vários focos de instabilidade pré-eleitoral "com sinais claros de violência física e verbal dos partidos políticos", pelo que apelaram para a "necessidade da salvaguarda da paz e da reconciliação dentro das legítimas diferenças".

Na mensagem do segundo ano do triénio dedicado à criança, os bispos consideraram igualmente que em Angola há sinais preocupantes de pobreza, que, em quase todo país, "deixam as crianças sem condições para frequentar a escola ou a catequese".

"A falta de assistência médica e medicamentosa e de garantia da educação dos filhos é outro motivo que acarreta consequências nefastas para o desaparecimento de crianças das suas casas nas faixas dos 6 aos 14 anos", referiu o bispo do Menongue e presidente da Comissão Episcopal da Educação e Catequese, Leopoldo Dakalako.

De acordo com o bispo, são crianças que passam a maior parte do tempo na rua sem atenção e os cuidados paternos e familiares, realçando que algumas crianças fogem de casa por maus-tratos, da violência no seio familiar e da crise económica que afecta o país.

"Há insuficiência de escolas, de hospitais, de habitação condigna, de alimentação e de outros equipamentos sociais indispensáveis. Como igreja convidamos todos a protegerem e salvar a inocência e a beleza das novas gerações para que tenhamos no futuro cidadãos saudáveis, construtores de uma Angola reconciliada, feliz e pacífica onde todos possam viver em paz e harmonia", realçou a conferência episcopal.

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