Segundo Luísa Damião, este assunto está a ser tratado a nível do Estado e não do partido, contudo a direção do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido no poder, está a acompanhar a situação.
"Estamos todos a acompanhar, o que nós podemos dizer é que a trajetória desta figura incontornável da história de Angola merece que ele tenha uma homenagem à altura do seu percurso, à altura dos feitos que ele desenvolveu aqui no país", referiu Luísa Damião, após render homenagem ao ex-presidente angolano, que morreu na sexta-feira em Barcelona, Espanha.
Luísa Damião destacou que a lei angolana do estatuto do ex-presidente e ex-vice-presidente consagra que José Eduardo dos Santos "deve merecer um funeral condigno".
"E todos os angolanos estão a render esta homenagem aqui no nosso país e aguardamos pelo desfecho das negociações", salientou a vice-presidente do MPLA, que destacou o percurso histórico de José Eduardo dos Santos, que foi chefe de Estado durante 38 anos.
"Viemos render homenagem a um político que era um construtor de pontes, um promotor da paz e da reconciliação nacional, mas também se notabilizou como um hábil diplomata que, em momentos da guerra fria e de muitas adversidades, sempre se soube posicionar. E a sua entrega e a sua dedicação e o seu empenho pessoal no processo de paz mereceu-lhe o cognome de arquiteto da paz", sublinhou.
Por sua vez, o secretário-geral do MPLA, Paulo Pombolo, considerou "este filho de Angola um estadista de craveira internacional", ao qual o partido quis render uma "sentida homenagem".
"A mensagem que eu deixei é esta mesmo da sua trajetória histórica, do contributo inquestionável que ele deixa para a história de Angola, que será sempre recordado como um patriota que se dedicou não só á causa do MPLA, mas também à causa de Angola e dos angolanos e será obviamente recordado pelos seus enormes feitos, sobretudo o facto de ter contribuído para a unidade e para a coesão no seio do nosso partido e ter trazido a paz e a reconciliação nacional para todos os angolanos", salientou.
Paulo Pombolo realçou a importância de José Eduardo dos Santos para o partido, do qual foi líder desde 1979, afirmando que o antigo estadista não era "uma pessoa simples para o MPLA", é o presidente emérito do partido.
"Que os milhares de militantes do MPLA, representados no último congresso em que ele esteve presente connosco, decidiram atribuir-lhe essa categoria [presidente emérito]", acrescentou.
"O presidente José Eduardo dos Santos é a nossa história e pensamos que vamos continuar a trabalhar para o bom senso, no sentido de que este povo angolano, mais de 35 milhões de habitantes, rendam de facto essa profunda homenagem ao nosso líder, aquele que durante 38 anos dirigiu o destino desse país", observou.
À família, Paulo Pombolo apresentou sentimentos de pesar e ao povo angolano apelou: Esperem "serenos para que o corpo do nosso presidente, do nosso líder, venha ao país para lhe rendermos essa homenagem que ele merece".