"De partida para Luanda, capital da Angola, estarei à frente da delegação brasileira na XIII Cimeira da CPLP. (...) Em conjunto, buscaremos meios de fortalecer e promover a cooperação económica e empresarial em tempos de pandemia, em prol do desenvolvimento sustentável dos países da CPLP", escreveu o general Mourão na rede social Facebook.
Já no Twitter, o vice-presidente indicou que cumprirá na capital angolana uma agenda oficial "com autoridades, empresários e representantes das Nações Unidas junto à República de Angola e à África Central, além de fortalecer os laços com os demais membros da CPLP".
Hamilton Mourão viajou na companhia do ministro das Relações Exteriores do Brasil, Carlos França, e do Secretário Especial de Assuntos Estratégicos, Almirante Flávio Rocha.
"Além do vínculo histórico e cultural que nos unem, a minha ligação com a Angola tornou-se ainda mais forte por ter sido observador militar da Organização das Nações Unidas (ONU) em Andulo e Chitembo, províncias do Bié, e em Lubango, capital da província de Huíla, nos anos 1996 e 1997", explicou ainda o general.
Mourão sai do Brasil num momento em que o Presidente, Jair Bolsonaro, foi transferido, num avião da Força Aérea Brasileira, de Brasília para um hospital de São Paulo, onde fará novos exames e uma equipa médica avaliará a necessidade de passar por uma cirurgia de emergência após ter sido diagnosticado com uma obstrução intestinal.
Na manhã de Quarta-feira, o chefe de Estado foi internado no Hospital das Forças Armadas, em Brasília, após sentir dores abdominais na madrugada.
Em causa está uma crise de soluços que o afecta há mais de uma semana e que lhe causou dores, segundo Secretaria Especial de Comunicação do Governo.
O chefe de Estado brasileiro responsabilizou o ataque à faca que sofreu em 2018, num acto de campanha eleitoral, pelos problemas de saúde que enfrenta.
Desde que assumiu o cargo presidencial, em Janeiro de 2019, Bolsonaro teve vários problemas de saúde decorrentes do esfaqueamento, tendo passado por várias cirurgias.
Nesse sentido, Mourão já assumiu provisoriamente a Presidência do Brasil devido a duas cirurgias de Jair Bolsonaro: em Janeiro e em Setembro de 2019.
Já no ano passado, o Presidente realizou outros dois procedimentos, de menor complexidade, mas não houve necessidade de se afastar do cargo, segundo a imprensa local.
Nos dias 16 e 17 de Julho, decorre em Luanda a cimeira de chefes de Estado e de Governo da CPLP, que assinala o início da presidência angolana da organização.
Angola sucederá assim a Cabo Verde, que teve o seu mandato prolongado por mais um ano, a pedido do governo angolano devido à pandemia de covid-19.
O lema da presidência de Angola é "Construir e fortalecer um Futuro Comum e Sustentável".
Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste são os nove Estados-membros da CPLP.