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Sem mobilidade não há negócios, afirma presidente da UE-CPLP

O presidente da União de Exportadores da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (UE-CPLP) disse esta Segunda-feira à Lusa esperar um impulso da componente económica na CPLP, sublinhando que sem mobilidade não há negócios.

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"Se não houver mobilidade não há capacidade de promover e de fazer negócios, porque a presença física, nalguns casos, é fundamental", disse Mário Costa em entrevista à Lusa a propósito da cimeira de chefes de Estado e de Governo que se realiza esta semana em Luanda, marcando o início da presidência angolana da organização.

Os exportadores e os empresários "há vários anos que reivindicam a introdução da mobilidade, não podemos querer uma comunidade de povos sem que eles se possam movimentar entre os países de forma mais rápida e livre", disse o representante dos exportadores lusófonos, admitindo que "já houve eventos empresariais em que alguns [empresários] ficaram impedidos porque não conseguiram um visto em tempo útil".

A 'passagem de testemunho' de Cabo Verde para Angola, em conjunto com o novo secretário executivo timorense, Zacarias da Costa, "pode dar um impulso no pilar económico, já que a CPLP faz sentido sobretudo com a introdução do pilar económico", considerou o empresário.

Os países lusófonos, argumentou, complementam-se, com Brasil e Portugal "na vanguarda da formação tecnológica e da formação, e os outros com os recursos naturais e a quererem cada vez mais diversificar as suas economias e a precisarem desta complementaridade em termos empresariais".

Para além da mobilidade, Mário Costa destacou também a necessidade de se avançar na criação do banco de fomento, sublinhando que "se não há desenvolvimento sem mobilidade, também não há desenvolvimento sem financiamento".

Os países da CPLP, continuou, "não deviam ter de esperar pelo Banco Mundial ou outras organizações, a CPLP devia ter um banco para projetos estratégicos e que só fazem sentido para a CPLP, som sistema de análise de risco, auditorias e governação muito ligado às realidades destes países de língua portuguesa".

Lamentando que apenas "5 ou 6 por cento de todo o PIB gerado nos países lusófonos seja feito por negócios entre países de língua portuguesa", Mário Costa reconheceu que "há muito para aprofundar".

Questionado sobre se a UE-CPLP vai marca presença em Luanda, o responsável respondeu que, tal como a Confederação Empresarial, "também não fomos convidados e estranhámos, mas isso deveu-se mais às limitações da pandemia", considerou, concluindo: "Foi mais por esse motivo, não quero crer que foi propositado, na semana passada estive com o novo secretário executivo da CPLP, ele garantiu que a economia continuará a ser um pilar fundamental e disse que querem aprofundar a relação e contar com estas duas instituições, que considera muito importantes para a concretização do pilar económico".

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