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Estado já privatizou 39 activos e empresas

O Estado já privatizou, até ao momento, um total de 39 activos e empresas, enquanto 162 unidades se encontram por privatizar. Deste número, 100 dizem respeito a activos com actividades suspensas, dos quais metade ficam situados na Zona Económica Especial.

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Patrício Vilar, Presidente do Conselho de Administração do Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE), citado num comunicado disponibilizado no site do Governo, explica que o número de activos a privatizar não é fixo: "Falávamos em 195. Os números não são definitivos, porque já tivemos saídas e entradas".

De acordo com o responsável, brevemente vão haver mais inclusões, "porque os governos provinciais têm partilhado informações de empresas inactivas, de âmbito local, que pertenciam ao Estado, assim como de outras que necessitam de mais avaliação".

Acrescentou ainda que é provável que também "haja saídas", uma vez que "à medida que o tempo avança" se vai tendo mais informação sobre "os balanços dessas empresas", concluindo-se de que "podem não ser privatizadas nas modalidades e procedimentos previstos, ou, em alguns casos, não terão condições para continuar e terão de ser liquidadas".

De acordo com a nota, dos mais de 30 activos alienados, "apenas três eram empresas de referência nacional, como o Banco de Comércio e Indústria que está na sua fase crucial de privatização".

O responsável, adianta a nota, classificou o programa de privatizações, que arrancou há quatro anos, como "desafiante, complexo e com uma dimensão estratégica".

Segundo o comunicado, o Governo pretende "passar uma parte substancial da actividade económica para o sector privado, por entender que este sector tem melhores condições para garantir eficiência dessas unidades empresariais e, desta forma, aumentar a eficiência da economia no seu todo".

Patrício Vilar explicou que o programa guia o "Estado para aquilo que são as suas missões naturais, nomeadamente cuidar das infra-estruturas, assistência social, educação e saúde".

O programa de privatizações prevê terminar em 2022 e abranger o maior número de empresas com as melhores condições possíveis. Contudo, o Presidente do Conselho de Administração do IGAPE acredita que o programa se irá estender além de 2022: "Penso que o processo continuará depois de 2022", disse, acrescentando que a "Sonangol e a Endiama estão inseridas no programa de privatização para o próximo ano, mas os seus processos podem durar algum tempo".

O responsável também falou sobre os empregos. Lembrando que grande parte dos activos alienados se encontram paralisados, pressupõe-se que a entidade empregadora acrescente força de trabalho, admitiu.

Contudo, o responsável não "descarta a possibilidade de haver empresas que, numa primeira fase, terão necessidade de racionalizar custos. Mas depois de melhorarem a sua performance, poderão recrutar trabalhadores".

Diz ainda ser pouco provável que a força de trabalho diminua em empresas como a TV Cabo e a Multitel, por já terem gestão privada, apesar da participação do Estado.

"Espero que as empresas cresçam e não haja uma quebra de emprego", indicou.

Também abordou a polémica em torno da privatização dos supermercados Kero. O responsável contestou as informações sobre as prateleiras daqueles supermercados estarem vazias desde que passaram para as mãos do Estado.

"Não tem nada a ver com o processo de privatização, porque só em finais de Fevereiro o Estado assumiu a gestão dos Kero. Não corresponde à verdade que quebrou depois do Estado lá estar. Na verdade, já vem quebrando há mais de um ano", afirmou.

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