De acordo com as novas normas, previstas no aviso 2/21, todas as linhas marítimas internacionais que tenham operadores de navegação permanentes e regulares no país continuarão a pagar os serviços portuários na importação e as sobrestadias dos contentores nos portos em kwanzas. Contudo, o pagamento dos fretes de exportação será executado em dólares.
De acordo com o Expansão, a obrigação de pagar os serviços portuários em Angola em moeda estrangeira era uma das maiores preocupações dos operadores. A nova medida foi recebida com bons olhos, mas os operadores continuam a achar que o pagamento dos fretes em dólares não faz sentido.
"Se aplicarmos esta lógica, um restaurante em Luanda poderia começar a cobrar os seus almoços ou jantares em kwanzas aos clientes angolanos e em dólares ou euros aos clientes estrangeiros que vêm cá em viagem. Não nos parece fazer sentido", afirmou uma fonte da Associação dos Agentes de Navegação de Angola ao Expansão.
Os operadores consideram ainda que estas novas regras vão aliviar os custos das empresas. Caso as entidades tivessem de fazer o pagamento em dólares, teriam de recorrer às suas reservas cambiais para pagar as os serviços prestados em Angola, aumentando assim os custos e levando ao abandono do mercado angolano.
Segundo escreve o Expansão, os agentes de navegação permanentes têm confiança de que esta nova tomada de posição vá ao encontro da estratégia do Governo, em querer fazer uma gestão mais contrabalançada das reservas de dividas do país.