Segundo uma nota de imprensa, citada pela Angop, o Fundo Soberano registou um lucro de 189 milhões de dólares com os instrumentos de dívida e instrumentos de capital. No total, o fundo terminou as contas do ano passado com um lucro de 234 milhões de dólares.
O Fundo Soberano tinha as contas de 2017, 2018 e 2019 em atraso por falta de informações adicionais, indica o documento, frisando que só no ano passado o fundo tinha activos no valor de 4587 milhões de dólares e capitais próprios de 3669 milhões de dólares.
Contudo, os números revelam que em 2018 os resultados não foram assim tão animadores: o Fundo Soberano registou prejuízos na ordem dos 104 milhões de dólares. Estes prejuízos foram fruto de um mau desempenho dos mercados estrangeiros, onde o fundo tinha feito um investimento de 1431 milhões de dólares.
Ainda nesse ano, o fundo fechou as contas com activos de 4540 milhões de dólares e 4435 milhões de dólares em capitais próprios. Já no ano anterior, o Fundo Soberano tinha 4652 milhões de dólares em activos e 4539 milhões de dólares em capitais próprios, tendo fechado as contas com um prejuízo de 384 milhões de dólares.
Os prejuízos registados em 2017 resultaram da anulação das mais-valias potenciais reconhecidas no exercício de 2016, sobre activos constituídos pelas concessões do Estado para a construção e exploração do Porto do Caio, exploração de seis fazendas agrícolas e dos perímetros florestais num total de 435 milhões de dólares.
A nota dá ainda conta que as mudanças feitas na administração do fundo levou a que os custos com a gestão dos investimentos líquidos passassem de 20 milhões em 2017 para 7 milhões no ano seguinte. Já os custos passaram de 68 milhões para 32 milhões em 2018.
Relativamente a 2019, os custos com a gestão dos investimentos líquidos foram de 4 milhões em 2019 e os custos operacionais foram de 15 milhões no mesmo período.
Quando a nova gestão assumiu a administração do fundo, esta deixou de ter acesso a informações relevantes sobre investimentos alternativos, após ter acabado o contrato com o primeiro gestor, a Quantum Global. Esta falta de acesso condicionou a conclusão das demonstrações financeiras relativas a 2017.
No entanto, o conselho de administração decidiu fechar na mesma as contas com as informações que tinha, mas não foi suficiente para avançar com a apresentação dos resultados, justifica assim a nota os atrasos na apresentação das contas dos últimos três anos.
Já em 2018 o conselho de administração contratou, através de concurso público, a empresa internacional Investec Asset Management - actualmente denominada por Ninety One UK Limited - que em 31 de Dezembro de 2018 e 2019, geria 28 por cento e 32 por cento dos activos do fundo, respectivamente.
Após ter o controlo de todos os seus activos, o conselho de administração concluiu as demonstrações financeiras de 2017 em Agosto de 2019, as de 2018 em Dezembro de 2019 e as de 2019 em Julho de 2020, estando, assim, em condições de regularizar os atrasos na publicação das contas.
O comunicado conclui dizendo que o processo de reestruturação e resgate do controlo dos activos do fundo já foi concluído e que a partir de agora vai cumprir a legislação e os Princípios de Santiago que visam a transparência, passando a publicar as demonstrações financeiras anuais e as contas trimestrais.