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Economia

Diferença entre mercado cambial oficial e de rua acentua queda

A diferença entre as taxas de câmbio oficial e o mercado informal, para dólares e euros, face ao kwanza angolano, continua a diminuir e o preço da transacção nas ruas de Luanda já está apenas 50 por cento acima.

Sam Seyffert:

Numa ronda feita esta Sexta-feira por alguns dos bairros da capital, as kinguilas transaccionavam um dólar a 390 kwanzas, valor praticamente inalterado há quinze dias, sem acompanhar por isso a constante depreciação oficial da moeda nacional.

Com uma taxa de câmbio fixada esta semana após leilão de divisas pelo Banco Nacional de Angola (BNA) em 251,7 kwanzas para um dólar, uma depreciação acumulada de 34 por cento desde o início do ano, o preço de rua da nota norte-americana está assim 55 por cento acima do câmbio oficial, depois de já ter sido mais do triplo, até 2017.

O mesmo acontece com a moeda europeia e na mesma ronda, a Lusa encontrou o euro a ser transaccionado na rua, igualmente em bairros como Maculusso, Mutamba ou São Paulo, em média, a 440 kwanzas, ficando assim 50 por cento acima do câmbio oficial, fixando esta semana nos 293,4 kwanzas por cada euro.

Na cotação oficial, o kwanza angolano já uma perda de 37 por cento nos seis meses do regime flutuante cambial, em que as taxas de câmbio são formadas nos leilões de divisas e a moeda europeia passou a ser a referência para o país.

"Sem qualquer desprimor para o mérito, certo é que, em Dezembro de 2017, o kwanza estava entre as quatro moedas mais sobrevalorizadas do mundo, ante um cenário de acelerada degradação das reservas internacionais e de acumulação de responsabilidades perante o exterior", reconheceu, no final de Junho, o governador do banco central, José de Lima Massano.

A falta de kwanzas no mercado é a explicação apontada por todas as kinguilas para a manutenção prolongada da cotação do dólar e do euro nas ruas, resultando, devido à retirada de moeda de circulação física, numa valorização da moeda nacional.

Na prática, e apesar de continuar escassa a quantidade de divisas nos bancos, o preço no mercado paralelo não dispara, como aconteceu em anos anteriores.

A retirada de dinheiro de circulação física tem sido uma medida adotada pelo BNA para conter a escalada da cotação do euro e do dólar no mercado informal, alternativo, embora ilegal e a preços especulativos, para angolanos e expatriados que não conseguem comprar divisas aos balcões dos bancos, face à crise cambial.

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