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Sonangol corta nas festas mas ainda gastou 11 milhões em 2016

O grupo petrolífero Sonangol, em reestruturação, gastou cerca de 11 milhões de dólares em festas de confraternização e acção social em 2016, ainda assim menos 83 por cento face ao ano anterior.

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Os números constam do relatório e contas da empresa liderada por Isabel dos Santos, com a administração a sublinhar tratar-se de uma "redução significativa" que "é reflexo das medidas de redução de custos implementadas no grupo".

Durante o ano de 2015, a Sonangol gastou 11,5 mil milhões de kwanzas (mais de 60 milhões de dólares) com festas de confraternização e acção social, rubrica que desceu no ano passado para 1,8 mil milhões de kwanzas (11 milhões de dólares).

Conforme análise feita pela Lusa, trata-se de uma das 15 rubricas que integram os Custos com Pessoal da Sonangol, que em 2016 atingiu os 157,8 mil milhões de kwanzas, contra os 135 mil milhões de kwanzas de 2015. Este aumento é justificado pela petrolífera com a rubrica dos salários, devido ao "efeito cambial da desvalorização do kwanza face ao dólar".

A Sonangol gastou 105,4 mil milhões de kwanzas em salários pagos durante todo o ano de 2016, contra os 71,6 mil milhões de kwanzas de 2015.

A administração da Sonangol era liderada desde 2012, até à nomeação (Junho de 2016) de Isabel dos Santos pelo chefe de Estado, por Francisco de Lemos José Maria, que por sua vez sucedeu a Manuel Vicente, eleito então vice-Presidente da República.

Em Dezembro de 2016, ao fim de seis meses em funções, a presidente do conselho de administração da Sonangol, Isabel dos Santos, admitiu que a situação da petrolífera era "bastante mais grave do que o cenário inicialmente delineado", obrigando a "decisões de gestão com caráter de urgência".

A presidente do conselho de administração anunciou igualmente que foi detectado um "sobredimensionamento da estrutura" daquele grupo, com cerca de 22.000 pessoas ligadas ao universo Sonangol, 8.000 colaboradores activos, mais de 1100 colaboradores não activos - estes representando um custo anual superior a 40 milhões de dólares - e mais de 8000 trabalhadores pertencentes a empresas de trabalho temporário.

Angola produziu 630.113.030 barris de petróleo bruto em 2016, equivalente a uma média diária de 1.721.620 barris, o que representa uma quebra de 3 por cento face ao total do ano anterior, justificada pela Sonangol com a paragem de produção, programada, num campo do bloco 17, durante 35 dias, com perdas estimadas de 210.000 barris por dia.

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