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Economia

Alves da Rocha admite que défice público pode chegar aos 6,5 por cento

O director do Centro de Estudo e Investigação Científica (CEIC) de Angola, o economista Alves da Rocha, admite que o défice público poderá ainda ser superior à revisão feita esta semana pelo Governo e chegar aos 6,5 por cento.

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O responsável do CEIC, da Universidade Católica de Angola, reagia em declarações à Lusa ao anúncio de revisão, pelo Ministério das Finanças, dos principais indicadores macroeconómicos para 2016, como a revisão em baixa do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), para 1,3 por cento, e do aumento do défice estatal, que passa de 5,5 por cento para 6 por cento, ou do corte de 20 por cento nas despesas públicas para este ano, devido à crise da cotação do petróleo.

O economista refere como "provável" que o défice nas transacções correntes no final de 2016 possa atingir 13,9 por cento do PIB, e com um barril de petróleo a um preço médio de 39 dólares, "o défice fiscal pode chegar aos 6,5 por cento do PIB"

"Provocando a necessidade de mais dívida pública, a qual, evidentemente, tem limites, não apenas em termos da sua sustentabilidade a prazo, mas igualmente na disponibilidade dos financiadores externos, que seguramente questionarão o FMI e as agências de 'rating' sobre o risco do país", sublinhou.

"Admitindo que o chamado preço fiscal do petróleo de 45 dólares considerado no OGE 2016 pode ser um preço que cobre as necessidades actuais da economia em divisas, então o défice registado durante os seis primeiros meses deste ano foi de 2.867,4 milhões de dólares. Mais uma restrição para o crescimento da economia, a juntar à restrição orçamental", enfatizou.

A criação de "dívida pública" é uma das soluções de curto prazo, como o próprio Governo admite, numa altura em que já se aproxima dos 50 por cento do PIB.

"A questão mais relevante prende-se com as condições destes financiamentos e a capacidade de o Governo e da economia os pagar a médio prazo quando o crescimento do PIB está em nítida retracção", recorda o director do CEIC.

"O facto de o Governo não ter encontrado uma alternativa ao FMI aumenta os riscos que pesam sobre as reservas cambiais e, num contexto de forte retracção do investimento estrangeiro, pode levar a um ajustamento macroeconómico mais austero: menos atendimento social das necessidades da população, diminuição da cotação internacional do país, etc", conclui Alves da Rocha.

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