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Vidrul: única produtora de vidro angolano quer investir 60 milhões para aumentar capacidade

A única empresa produtora de vidro no mercado angolano quer investir cerca de 60 milhões de dólares no aumento da sua capacidade de produção actual, mas a falta de divisas está a dificultar o projecto.

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A preocupação foi manifestada pelo director-geral da Vidrul, Carlos Martins, durante uma visita efectuada à fábrica pelo ministro do Comércio de Angola, Fiel Constantino, a convite da Comunidade de Empresas Exportadoras e Internacionalizadas de Angola (CEEIA).

"A maior dificuldade que temos neste momento é que a Vidrul quer fazer um investimento que ronda os 60 milhões de dólares, 42 milhões de euros em importações e 13 milhões de dólares aqui em investimento local, e há dificuldades em obter as divisas", explicou Carlos Martins. O gestor frisou que com a instalação de mais dois fornos poderão garantir todas as necessidades do país.

"Há fábricas novas que estão a arrancar, há fábricas novas que abriram há pouco tempo e que a Vidrul não tem capacidade para as abastecer, há uma procura bastante grande e que nós com um novo forno vamos poder ter essa capacidade de resposta, e por outro lado ainda conseguimos guardar uns 10% para exportação", disse o responsável. Com uma produção anual de 50 mil toneladas, a Vidrul já exporta para 11 países africanos.

"Felizmente, em termos de vendas conseguimos atacar o mercado africano, sobretudo, e neste momento não podemos pensar noutros mercados", disse Carlos Martins, frisando que há preocupação com os custos de produção.

"Por serem um bocado elevados, isso devido aos aumentos que houve ultimamente na energia, tanto no gás como no gasóleo, porque nós temos o nosso forno de fusão de vidro, a gasóleo, esta é outra preocupação que temos", sublinhou.

A nível da exportação, a empresa tem encontrado constrangimentos ligados ao excesso de burocracia, nomeadamente o controlo dos contentores, feito com acompanhamento da polícia fiscal.

"Muitas vezes chega [polícia fiscal] a horas mais complicadas durante o dia para assistir aos enchimentos, esta é uma dificuldade, porque muitas vezes não temos só um contentor para encher, temos 15 a 20 contentores e obriga as pessoas a estarem até muito mais tarde nas empresas", criticou.

Esta foi uma das preocupações transmitidas ao ministro devido às novas alterações sobre as exportações, nomeadamente os novos diplomas relativos aos certificados de qualidade, de origem e de pesagem dos contentores.

"E isso obriga a uma logística muito mais complicada, pois os portos só aceitam que os contentores cheguem praticamente em cima da hora da partida e eles têm que ser cheios, primeiro com o acompanhamento da polícia fiscal e depois irem ser pesados e depois já chegam ao porto muito em cima da hora de partida, e esse são os dois ou três problemas de maior que nós encontramos", acrescentou.

Por sua vez, o ministro do Comércio manifestou satisfação pelos resultados da fábrica, que abastecem o mercado de Luanda, Benguela e Lobito. "Está em vista aqui a nível de Luanda, na região de Bom Jesus, o início de uma nova fabrica cervejeira que também já tem encomendas para a Vidrul. Isso dá à Vidrul um volume de negócios bom, suficiente para suportar as suas necessidades de importação e assim manter estável o seu ciclo de produção, de fornecimento do mercado nacional e exterior", destacou.

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