A decisão, agora conhecida e autorizada por Isabel dos Santos, foi tomada por deliberação de 27 de Junho do conselho de administração e prevê a suspensão "com efeitos imediatos" de "todos os processos em curso de avaliação, negociação e alienação de todo e qualquer património afecto à Sonangol E.P. e suas subsidiárias".
Embora não sejam públicas intenções de venda de activos, a deliberação 033/2016 clarifica ainda que, no âmbito dos efeitos desta deliberação, integram o património da Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol) os activos e bens mobiliários e imobiliários, incluindo "as participações sociais em empresas nacionais e internacionais".
Em Portugal, a Sonangol tem participações directas e indirectas no Millennium BCP e na Galp, enquanto em Angola tem dezenas de empresas do grupo em vários sectores de actividade, além da função de concessionária do sector petrolífero e operadora.
Aquando da tomada de posse, Isabel dos Santos explicou que o modelo de reestruturação da Sonangol prevê a criação de uma holding operacional, outra de apoio e serviços logísticos e a função concessionária do sector petrolífero propriamente dito, com o objectivo de "aumentar a rentabilidade, a eficácia a transparência" da empresa.
"A reestruturação quer dizer o acontecimento destas três novas entidades", disse Isabel dos Santos, mas sem adiantar se o processo implica redução no número de trabalhadores, que ultrapassa os 9000 em pelo menos 17 subsidiárias do grupo Sonangol.
Acrescentou que o "desafio nos próximos 100 dias" passa por "continuar a fazer o diagnóstico profundo" já iniciado, para "perceber melhor os ganhos de eficácia e eficiência que a empresa pode obter rapidamente". "O trabalho que vamos fazer é ver como é que nós podemos aumentar as margens de lucro, ou seja como podemos baixar os custos de produção. Para que seja mais barato produzir petróleo e haja mais lucro", disse Isabel dos Santos.