O chefe de Estado francês chega ao final do dia e é recebido no aeroporto pelo ministro das Relações Exteriores de Angola, Georges Chikoti. De acordo com o programa de visita, no mesmo dia, François Hollande tem previsto um encontro com a comunidade francesa, no qual dirigirá uma mensagem.
Na sexta-feira, o Presidente francês dá início à sua agenda de trabalhos com a participação no Fórum Económico França-Angola, no qual se prevê a assinatura de contratos e negócios. François Hollande passará pelo memorial Agostinho Neto, antes de seguir para o palácio presidencial, onde será recebido com honras militares. O encontro com o Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, acontece antes da assinatura de acordos, seguindo-se uma declaração conjunta à imprensa pelos dois chefes de Estado.
O Presidente francês cumpre uma série de visitas, com passagem já pelo Benim, seguindo depois de Angola para os Camarões. A visita de François Hollande a Angola surge na sequência da reaproximação entre os dois países, que culminou em Dezembro passado, com a assinatura de acordos para o reforço da cooperação bilateral, de parceria económica e facilitação de vistos nos passaportes ordinários.
Essa reaproximação marca uma nova etapa nas relações entre Paris e Luanda, uma década depois do escândalo do "Angolagate", o nome dado ao processo sobre o alegado tráfico de armas da Europa do Leste para Angola, entre 1993 e 2000.
A França foi em 2014 o nono destino das exportações angolanas, com 191.108 milhões de kwanzas, e o oitavo país das importações de Angola, num total de 113.480 milhões de kwanzas. Na sua visita de dois dias a Paris, a 29 de Abril, José Eduardo dos Santos, num encontro com meia centena de empresários franceses, lançou o convite ao investimento em Angola, para "diversificar e industrializar a economia angolana e combater as assimetrias regionais, o desemprego e a baixa qualificação técnica e profissional".
Segundo número de Paris, cerca de 25.000 franceses trabalham actualmente em Angola, país onde a França é o terceiro maior investidor, com investimentos nos últimos dez anos de mais de dez mil milhões de euros, maioritariamente no sector dos petróleos.