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Angonabeiro: “Estamos a estudar novos investimentos. Angola é uma aposta de continuidade”

Num momento em que a cooperação Portugal-Angola é um dos temas estruturantes da economia dos dois países, a Angonabeiro afirma-se como um dos mais importantes players do mercado. No mês passado, a maior produtora e distribuidora de café do país abriu as suas portas para a visita dos ministros da Economia de Portugal e Angola, que puderam testemunhar na primeira pessoa um dos maiores casos de sucesso das apostas de grupos portugueses no nosso território.

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No rescaldo desta visita, o VerAngola falou com José Carlos Beato, director-geral da empresa, que nos conduziu por 15 anos de investimento e crescimento no país, assegurando a confiança no mercado angolano e garantindo que a Angonabeiro “não vai parar”.

No âmbito do primeiro Fórum Empresarial Angola-Portugal, os ministros da economia dos dois países visitaram as instalações da Angonabeiro em Luanda. Qual foi o propósito desta visita?

Foi uma visita que permitiu que ambos os ministros conhecessem a fundo a nossa realidade empresarial, quer em termos de negócio, quer em termos de instalações e do funcionamento da nossa fábrica e do nosso trabalho em prol do café de Angola.

Como há pouco tempo, fechamos o acordo de privatização da empresa Liangol, em cujas instalações já operávamos, esta foi também uma forma de celebrar conjuntamente esse acordo e a nossa reforçada aposta em Angola.

Que áreas da unidade é que os representantes governamentais tiveram oportunidade de conhecer?

Os representantes governamentais visitaram todas as instalações, com especial foco na área industrial, na qual transformamos o café comercial, num produto utilizável para consumo e de altíssima qualidade.

Houve também oportunidade para falar um pouco da história da empresa e do seu crescimento e investimento em Angola nos últimos 15 anos.

Pode explicar-nos o funcionamento desta unidade da Angonabeiro?

Nós temos um negócio com três pilares… por um lado compramos café verde em Angola, que depois de recebenificiado é exportado para o grupo Nabeiro em Portugal, o que faz de nós um dos poucos exportadores angolanos, na área do produtos alimentares. Por outro lado, também transformamos esse café, através da torra, e através da mistura dos vários lotes de café angolano, produzimos um café torrado de altíssima qualidade e muito apreciado por todos, com a conhecida marca Ginga. Fazemos também a moagem e embalagem de café e açúcar…

Temos ainda uma operação de distribuição alimentar, pois importamos algumas marcas do grupo e fazemos a sua distribuição em Angola, nomeadamente: Delta Cafés, Delta Q, Chás Deltea, Chás Tetley, Vinhos da Adega Mayor, Azeitonas Agrodelta…

Quais os pareceres dos titulares da pasta da Economia de Portugal e Angola em relação a esta aposta portuguesa no país?

Obviamente que ambos os governantes se congratularam com esta aposta continuada, com o crescimento e desenvolvimento do negócio que puderam verificar e também com a determinação de continuarmos a investir, mesmo num ano em que a economia está um pouco mais “arrefecida”.

A indústria do café é uma das mais promissoras em Angola. De que forma é que os Executivos dos dois países poderão apoiar este crescimento?

O consumo de café deve ser incentivado, como estimulante natural e como fonte de energia natural… e aí qualquer campanha feita pela tutela que incentive o consumo de café é bem-vinda. Por outro lado, o plano estratégico de apoio ao desenvolvimento do café é também fundamental e vai permitir revitalizar um sector que tem sofrido muito e que hoje está muito descapitalizado e muito empobrecido… Qualquer investimento, ou qualquer passo no sentido de serem criadas condições para o estabelecimento de grandes companhias agrícolas produtoras de café, será também muito bem-vindo e poderá em muito beneficiar o sector.

A Angobaneiro adquiriu recentemente a empresa pública de café Liangol. Acha que esta aposta do grupo português pode contribuir para o reforço da união económica entre os dois países?

Todas apostas de grupos portugueses em Angola contribuem para o reforço dessa união… esta união é forte e será ainda mais forte no futuro e isso depende essencialmente do clima de confiança e boas relações entre estes dois países irmãos! É nas alturas mais difíceis que se conhecem os aliados e estou certo que os governantes, como os empresários sérios e credíveis dos dois países tudo farão para que os próximos tempos sejam de maior aproximação e de maior cooperação, contribuindo para que ambos os países cresçam e se desenvolvam de uma forma rápida e integrada! Temos uma língua e uma história que nos une, somos conhecidos por não virar a cara às dificuldades e os anos que se aproximam serão, obrigatoriamente, anos de aproximação.

Como é que a Angonabeiro pretende reforçar a aposta em Angola? Existem novos projectos em vista para o futuro?

Após a compra da Liangol, estamos a estudar novos investimentos na área Logística e na área do tratamento do café. A aposta do grupo é uma aposta de continuidade e não vai parar, nem vai reduzir a velocidade nesta fase. Queremos aproveitar as oportunidades e continuar a crescer com o país e com o seu desenvolvimento.

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