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Banca e Seguros

Bancos receberam uma média de 80 milhões de dólares de divisas por dia em Junho

Os bancos comerciais angolanos tiveram acesso a mais 61 por cento de divisas em Junho, a uma média de 80 milhões de dólares diários, incorporando já as medidas do Banco Nacional de Angola (BNA) para travar a crise cambial no país.

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De acordo com dados do BNA, compilados hoje pela agência Lusa, em todo o mês de Junho os bancos angolanos compraram 2.428 milhões de dólares de divisas, valor que contrasta com os 1.506 milhões de dólares transaccionados em Maio. Entraram assim por dia nos bancos angolanos cerca de 80 milhões de dólares no mês passado, mas os problemas de acesso a divisas por parte dos clientes persistem.

Em causa está a crise da cotação internacional do barril de crude, que tem vindo a diminuir as receitas fiscais e a entrada de divisas em Angola, mas também, e por consequência, o acesso a moeda estrangeira. O incremento do volume disponibilizado em Junho explica-se pelo aumento do número de leilões semanais realizados pelo BNA, que passaram de dois para três, como forma de diminuir as dificuldades de acesso a divisas.

As divisas (dólares) são necessárias para assegurar as compras de Angola ao estrangeiro, nomeadamente matéria-prima ou bens de alimentação, ou para financiar estudos ou tratamentos de saúde a cidadãos nacionais no estrangeiro.

A venda directa de divisas pelo BNA aos bancos aumentou mais de 70 por cento no espaço de um mês, de 1.300 milhões de dólares, em Maio, para 2.220 milhões de dólares em Junho. Já a compra a clientes cifrou-se em 208 milhões de dólares, um aumento de cerca de 1 por cento face a Maio.

Por outro lado, segundo informação do BNA, o kwanza angolano depreciou-se face ao dólar, durante o mês de Junho, em mais de 10 por cento, tendo fechado aquele mês em 121,965 kwanzas por cada dólar, em termos de taxa de câmbio oficial. Este valor já ultrapassou em Julho os 126 kwanzas por cada dólar, uma desvalorização superior a 26 por cento desde Outubro de 2014.

No mercado paralelo, de rua, a taxa de câmbio está aparentemente em queda, mas ainda segue acima dos 160 kwanzas por cada dólar, para comprar a moeda estrangeira. "A procura [de divisas, na banca comercial] não diminuiu. O problema é que eu, pessoalmente, acredito que nem toda a procura de divisas é legítima. Portanto, quando nós pudermos ter uma procura legítima, de certeza que não vai haver falta de divisas", afirmou, no sábado, o governador do BNA, José Pedro de Morais Júnior.

O governador revelou ainda que o banco central está a ultimar um novo "quadro operacional" de procedimentos nesta matéria, a validar ainda pelo executivo angolano, a implementar "nas próximas semanas", mas sem adiantar mais pormenores. O BNA anunciou no final de Maio que aquela instituição passou a ter "elementos para flexibilizar" a gestão do mercado cambial.

Entretanto, e para reduzir a pressão junto dos bancos comerciais, o banco central começou a vender directamente às casas de câmbio, semanalmente, cerca de 20 milhões de dólares de divisas.

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