O depósito de explosivos, já degradados, foi encontrado quando a família cavou um buraco para deposição de resíduos sólidos.
Segundo o comandante do Pelotão de Engenharia do Comando da Região Militar Leste das Forças Armadas Angolanas (FAA), subtenente Fernando Cassule, o material bélico, composto por 32 minas de 60 milímetros, nove cargas de UG7 e quatro recargas de minas, terá sido deixado na época dos conflitos armados, tendo em conta o seu estado de degradação.
“Caso detonasse iria afectar a população, porque teria um raio de acção de 25 a 50 metros, felizmente, não aconteceu e fomos a tempo de remover”, disse Fernando Cassule, apelando à população para ter cuidado, “porque esse subsolo está cheio de engenhos explosivos”.
O oficial das FAA sublinhou que as forças armadas estão a desminar as reservas fundiárias e as estradas, mas não foram ainda verificadas as áreas habitacionais.
A proprietária da casa, Florinda Sozinho, salientou que há dez anos que reside naquele local, sem qualquer suspeita sobre a presença daquele material no seu quintal.
“Vivíamos sem desconfiança de que havia algo do género aqui no nosso quintal”, referiu Florinda Sozinho, em declarações à Televisão Pública de Angola (TPA).
O país, que viveu uma guerra civil de quase três décadas, é um dos países do mundo com maior extensão territorial contaminada ainda por minas terrestres e, desde o fim da guerra, em 2002, leva a cabo o seu processo de desminagem.
O Presidente João Lourenço quer o país livre de minas até 2027 e anunciou, em Outubro de 2024, que vão ser investidos nos próximos dois anos cerca de 240 milhões de dólares no programa de desminagem.