Segundo um comunicado do movimento independentista, os ataques dos militares angolanos contra "civis cabindenses desarmados" aconteceram na noite de Segunda-feira e esta madrugada, na região fronteiriça de Tando Zinze e resultaram na morte de sete pessoas, encontrando-se outras quatro desaparecidas.
A FLEC-FAC apela, no mesmo comunicado, à União Europeia (UE) para que se junte aos esforços da União Africana (UA) "para encontrar uma solução justa e pacífica para o conflito cabindês".
"A guerra injusta imposta ao povo cabindês por Angola continua actualmente a causar sofrimento e perdas de vidas humanas e deve ser denunciada pela comunidade internacional", salienta o grupo, exigindo "a protecção das populações civis desarmadas".
"A FLEC-FAC acompanha com grande preocupação a série de assassinatos e homicídios premeditados e perpetrados pelas autoridades de ocupação angolana contra cidadãos cabindenses desarmados, incluindo torturas (...) e agressões sexuais que constituem uma verdadeira declaração de guerra contra o povo cabindês", salientam ainda os independentistas.
A FLEC mantém há vários anos uma luta pela independência do território, de onde provém grande parte do petróleo do país, alegando que o enclave era um protectorado português – tal como ficou estabelecido no Tratado de Simulambuco, assinado em 1885 – e não parte integrante do território angolano.
O Governo recusa normalmente reconhecer a existência de soldados mortos resultantes de acções de guerrilha dos independentistas, ou qualquer situação de instabilidade naquela província do norte do país, afirmando sempre a unidade territorial.