A abertura interrupta do posto deu-se na passada Sexta-feira, depois de ter sido reinaugurado pelos ministros do Interior, Eugénio Laborinho, e dos Assuntos Internos, Imigração, Segurança e Protecção da Namíbia, Albert Kawana, refere o Ministério do Interior, em comunicado a que o VerAngola teve acesso.
Falando na ocasião, Laborinho afirmou que o funcionamento sem interrupções deste posto vai "proporcionar mais transacções comerciais e mobilidade de pessoas, de um lado para o outro", tendo acrescentado que esta medida é fruto da estratégia do governo no sector migratório.
"A abertura das fronteiras não é simplesmente um privilégio exclusivo das comunidades fronteiriças, mas constitui uma das prioridades da política migratória de Angola, incentivada por João Lourenço, Presidente da República e Titular do Poder Executivo, que promulgou recentemente um decreto presidencial retirando a obrigatoriedade de apresentação de visto de entrada a cidadãos de mais de noventa países em todo o mundo", referiu, citado no comunicado.
Segundo o titular da pasta do Interior, "este feito traduz-se num inequívoco sinal de comprometimento oficial com o desenvolvimento social e económico do país e, consequentemente, da região austral de África, com ganhos imensuráveis para todos".
"O aumento do movimento migratório deste posto irá proporcionar, não apenas o incremento das receitas fiscais de ambos os lados, mas, acima de tudo, permitir e estimular o surgimento de grandes oportunidades de crescimento e progresso, correspondendo assim às expectativas das populações locais e não só, na medida em que homens de negócio, turistas e cidadãos comuns de todas as origens poderão utilizar livremente este ponto como local oficial de entrada e saída para os seus respectivos destinos", apontou ainda o ministro.
O ministro fez ainda menção ao facto de este posto ser alvo de contrabando, tráfico humano, entre outros crimes, sugerindo rigor e vigilância na operação, tendo ainda augurado que esta acção possa vir a ser exemplo de muitos outros que serão reproduzidos ao longo da fronteira terrestre com a vizinha Namíbia e outros países fronteiriços, no quadro do desenvolvimento da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), escreve a Angop.
Quem também interveio na ocasião foi o ministro namibiano Albert Kawana, que enfatizou a persistente luta pela independência económica dos povos e, como resultado, em Novembro de 2021, ambos os países chegaram a acordo de abrir os postos fronteiriços Oshikango/Santa Clara 24 horas/dia.
Expressando satisfação com a execução deste dia, adiantou que após a ruína económica provocada pela covid-19 "é importante adoptar medidas que revitalizaram as economias no sentido de se adquirir benefícios máximos", acrescentando: "Devemos acordar mais abertura de pontos de travessias ao longo da fronteira em locais como Oshimuaca, Epupa, Musangara, Buabuata e Sishuwe, para facilitar a movimentação da população e bens".
Também apontou o facto de este novo sistema de 24 horas diárias trazer vários benefícios em termos económicos ao empresariado que será capaz de concretizar a sua acção comercial mais comodamente, visto que vão possuir mais tempo para entradas e saídas, escreve a Angop.
Já a embaixadora de Angola na Namíbia, Jovelina Imperial, considerou que abrir os postos fronteiriços da Santa Clara e Oshikango 24 horas/dia, possibilitará reforçar o comércio e circulação livre de pessoas e mercadorias.
Citada pela Angop, a diplomata disse ver esta acção como uma enorme oportunidade para os homens de negócios angolanos e namibianos maximizarem o aumento das trocas comerciais e económicas, acrescentando que essa iniciativa contribui para o estreitamento e fortalecimento das relações comerciais, mostrando um clima onde as partes trabalham juntas, são amigas e solidárias.
A embaixadora apontou ainda o facto de as pessoas passarem a ter tempo suficiente para realizarem visitas à sua família, realizarem transacções comerciais, tratarem da sua saúde, bem como incrementar o grau de desenvolvimento social das comunidades dos dois países.
Segundo a Angop, o posto da Santa Clara assinala diariamente entre 3000 a 2600 movimentos migratórios de entrada e saída de pessoas nacionais e estrangeiras.
