Na ocasião, defendeu que os Estados-membros da SADC façam mais investimentos no sector da energia, com o objectivo de promover a industrialização daquela região, acrescentando que os mesmos devem maximizar o elevado potencial energético da região, através da mobilização de linhas de financiamento para a execução de projectos de edificação de barragens hidroeléctricas, eólicas e fotovoltaicas e linhas para transportar energia fabricada em determinados países para outros, escreve a Angop.
No caso concreto de Angola, João Lourenço indicou que o país tem vindo a aumentar significativamente a oferta de energia, por meio da edificação de centrais de energia e parques fotovoltaicos, adiantando que já tem à disposição um excedente significativo que deve ser disponibilizado à região, no sentido de contribuir para o alívio da crise energética que alguns países da comunidade estão a lidar.
Assim, considerou que se dará um "passo importante" no que diz respeito à "integração regional" se os países mobilizarem fundos financeiros para construir linhas de transporte de energia para a região.
"Daremos um passo importante em matéria de integração regional se os nossos países mobilizarem recursos financeiros para a construção de linhas de transmissão de energia eléctrica para a região, por via da rede de distribuição da rede da África Austral", afirmou, citado pela Angop.
Além da mobilização de meios financeiros para o sector energético, João Lourenço destacou ainda que as atenções também se devem virar para a "mobilização de recursos financeiros" para ampliar e construir infra-estruturas rodoviárias, tendo em vista o êxito das trocas comerciais.
"A mobilização de recursos financeiros para a ampliação e construção de infra-estruturas rodoviárias deve estar no centro das atenções, para o sucesso das trocas comerciais entre os países da região", afirmou, acrescentando que facilitar o comércio inter-regional é essencial para o desenvolvimento, sendo que se deve ter em atenção a simplificação de processos que conduzam ao funcionamento regular da zona de comércio, de forma a chegar perto dos índices definidos no protocolo de integração regional.
O também presidente em exercício da SADC disse ainda ser necessário que a região desenvolva um plano para construir infra-estruturas sólidas e expandir e melhorar as que já existem, a fim de permitir interligar os países, cujo objectivo é aproveitar as potencialidades de cada um, num ambiente de complementaridade e benefícios recíprocos.
Na sua intervenção também não se esqueceu do Corredor do Lobito, tendo enfatizado a relevância deste corredor para a SADC, dado que ajuda a revitalizar e dinamizar diversos projectos impactantes na economia regional.
João Lourenço também não deixou passar em branco a situação na República Democrática do Congo (RDC), referindo que o conflito naquele país tem um impacto directo no progresso e integração da organização, cuja inquietação principal, em relação à paz e segurança, continua a ser as circunstâncias actuais naquele país, no qual o conflito no leste da RDC se tem agravado.
Na ocasião, também fez menção ao comprometimento da organização em remeter um destacamento de forças da brigada da SADC no sentido de auxiliar a RDC a alcançar a estabilidade e pacificação da região, escreve a Angop.
Quanto a Moçambique, disse que a situação actual é mais pacífica por causa das forças da SADC se terem desdobrado no país.
"Os êxitos registados, até ao momento, não teriam sido possíveis se a SADC não contasse com o apoio e a entrega de cada um dos Estados e de cada um dos soldados colocados nestas zonas", referiu ainda.
Entre outros aspectos também elogiou a atitude do secretariado da SADC em cumprir as directrizes da organização e implementar uma política de igualdade de género firme, tendo ainda destacado o comportamento da organização em demonstrar continuamente um elevado grau de atenção e vigilância aos fenómenos e ocorrências decorridas na região, resultando em iniciativas, acções e respostas céleres e eficientes, bem como também lamentou as mortes do ex-primeiro-ministro França Van-Dúnem e do vice-presidente do Malawi, tendo endereçado sentimentos de pesar àquele país, escreve a Angop.
Recorde-se que João Lourenço está em Gaborone, onde visitou sede da SADC, do qual assumiu a presidência rotativa em Agosto do Agosto do ano passado, e descerrou a placa que simboliza a sua visita.