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UNITA quer ouvir chefe da Casa Civil do Presidente sobre aquisição de 600 autocarros

O grupo parlamentar da UNITA solicitou uma audição ao ministro de Estado e Chefe da Casa Civil do Presidente da República, Adão de Almeida, sobre a compra de 600 autocarros por cerca de 350 milhões de dólares (323,5 milhões de euros).

: Lusa
Lusa  

Em conferência de imprensa realizada esta Quinta-feira, o quarto vice-presidente do grupo parlamentar da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Olívio Kilumbo, disse que a audição parlamentar visa obter esclarecimentos sobre o despacho presidencial de Maio que autoriza a compra de 600 autocarros pelo valor de cerca de 350 milhões de dólares (323,5 milhões de euros).

Olívio Kilumbo salientou que, "diante da inquietação dos angolanos tendo em conta o contesto económico do país, considerando as incongruências notadas no despacho presidencial", o pedido de audiência foi feito à presidente da Assembleia Nacional, Carolina Cerqueira, no passado dia 30 de Maio.

Segundo Olívio Kilumbo, o grupo parlamentar entende que os transportes públicos, a par das vias de circulação, representam um factor estruturante para o movimento de pessoas e bens e que pode condicionar o fluxo comercial e toda a actividade económica.

"Angola, independente há 49 anos, vive uma crise de transportes públicos que se agudiza a cada ano, com maior incidência nos principais centros urbanos e nas ligações intermunicipais e provinciais, devido ao mau estado das vias, bem como a enorme pressão demográfica", referiu.

O deputado da UNITA sublinhou que, "em pleno contexto de austeridade imposta pelo executivo aos cidadãos, sob pretexto da crise económica que vem assolando o país, os angolanos foram surpreendidos com mais uma medida irresponsável, atentatória à sua inteligência".

Apesar de o ministro dos Transportes, Ricardo de Abreu, ter sido ouvido, na semana passada, pela Comissão de Economia e Finanças do parlamento, para o grupo parlamentar da UNITA aquela audição não responde à sua solicitação, "porque enquadra-se numa lógica distinta e por lei não é a entidade solicitada".

"O grupo parlamentar da UNITA considera que as respostas do ministro dos Transportes não satisfizeram os deputados membros da Comissão de Economia e Finanças. Por isso, mantém a sua posição e aguarda pelos esclarecimentos que se impõem", frisou.

De acordo com Olívio Kilundo, o grupo parlamentar da UNITA reconhece a escassez de transportes em Angola, "porém, entende que, no âmbito dos procedimentos de formação dos contratos públicos, persiste a preferência exagerada do titular do poder executivo em optar pela contratação simplificada, quando a lei privilegia concursos abertos e impõe que esta medida seja adoptada apenas em situações excepcionais".

Na conferência de imprensa, foi igualmente abordada a iniciativa de junção das propostas de lei sobre a institucionalização das autarquias no país do grupo parlamentar da UNITA e do executivo, para debate na especialidade.

Além do convite ao grupo parlamentar do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), ao grupo parlamentar misto Partido de Renovação Social (PRS)/Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) e à representação do Partido Humanista de Angola (PHA), a sociedade civil também foi convidada, estando previsto um encontro Sexta-feira.

No convite, o grupo parlamentar da UNITA manifesta a sua disponibilidade e comprometimento para uma concertação prévia, visando preparar os debates na especialidade.

"De momento, estão já em curso contactos tendentes a dar seguimento ao diálogo acima referido", avançou o deputado.

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