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MPLA diz que há “actos de intolerância política” no país

O porta-voz do MPLA disse que há “intolerância política” no país com actos que considerou “antidemocráticos” e disse que os adversários políticos não são inimigos.

: Paulo Novais/Lusa
Paulo Novais/Lusa  

"Há entre nós actos de intolerância política que têm a ver com agendas política escusas", disse Esteves Hilário, na Sexta-feira, em Luanda, num encontro com jornalistas e fazedores de opinião.

"Eu não gostaria que o meu adversário político fosse impedido de entrar num bairro, isso não é democrático. Em democracia, nós temos de ter consciência de que nem sempre vamos agradar a todos, e aqueles que não nos agradam não se tornam nossos inimigos, são só nossos adversários políticos naquela circunstância", salientou o secretário do Bureau Político para a Informação e Propaganda do MPLA.

"Somos todos angolanos", reforçou o dirigente do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido do poder no país desde a independência nacional, em 1975.

Recentemente, a UNITA, principal partido da oposição, queixou-se de estar a ser alvo de alegados actos de intolerância, responsabilizando militantes do MPLA por ataques a deputados do partido.

Hilário admitiu, por outro lado, que há insatisfação devido à situação económica que Angola vive, incluindo entre militantes do MPLA.

"Sabemos disso e compreendemos", disse o responsável, acrescentando que as reformas macroeconómicas em curso são necessárias e que é preciso apertar o cinto.

"A construção de um país tem essas dores de parto, são naturais", comentou o deputado e professor universitário.

Respondendo aos jornalistas que o questionaram sobre a alegada teimosia do Presidente, considerou que João Lourenço é "um 'kota' [adulto respeitado, na gíria angolana] fixe", negando que os que se relacionam de forma próxima com o chefe do executivo tenham essa experiência.

"É uma pessoa de convicções, é diferente de ser teimoso", destacou.

Sobre o recente aumento dos preços dos autocarros, que triplicaram no último mês, o responsável do MPLA, afirmou que teve a ver com a retirada dos subsídios, sendo "resquícios" de uma economia centralizada.

"O que se está a fazer, no âmbito da reforma económica, é diminuir os subsídios públicos à economia", sublinhou, assinalando que "infelizmente o dinheiro público não é elástico" e que o que se pretende é que as futuras gerações não estejam tão penalizadas pelo peso da dívida. "É óbvio que são medidas impopulares, que só se conseguem fazer com líderes não populistas", salientou o porta-voz do MPLA.

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