O referido projecto vai ser implementado em cinco fases, num prazo que deverá demorar entre oito a 10 anos. Após concluídas todas as fases da empreitada, a fábrica vai ser capaz de produzir lingotes de alumínio, lingotes de ligas de alumínio, entre outros.
"Cumprida toda a cadeia industrial, a empreitada na sua fase final vai produzir lingotes de alumínio, lingotes de ligas de alumínio, poste de alumínio de eléctricos, varas de alumínio, chapas de alumínio, rolos de alumínio e outros produtos, com o envolvimento de um investimento total de cerca de 1,6 biliões de dólares, cobrindo uma área de cerca de 10 quilómetros quadrados, gerando cerca de 12 mil postos de trabalho e receitas que poderão rondar os três biliões de dólares", informou o governo provincial do Bengo, em comunicado a que o VerAngola teve acesso.
A primeira fase do projecto, com um investimento de aproximadamente 250 milhões de dólares, vai entrar em funcionamento já no próximo ano e será capaz de produzir por ano cerca de 120 mil toneladas de alumínio electrolítico, "gerando anualmente 250 milhões de dólares de receitas e empregando cerca de 1200 trabalhadores, dos quais 1000 nacionais".
"A segunda fase será concluída e entrará em funcionamento dentro de quatro anos com investimento de 450 milhões de dólares", adianta a nota.
A implementação das duas primeiras fases do projecto – que é resultado da cooperação bilateral entre Angola e China, no âmbito da "construção do Parque Industrial de Alumínio em Angola, materializado pela Huatong Angola Industry, Lda, que é uma associação das empresas HT International Trading Services (Singapore) Pte Ltd e da Huatong Holding (Sea) Pte Ltd, ambas filiais da Hebei Huatong Wire & Cable Group Co. e a Ltd da China" – vai gerar aproximadamente 3500 empregos para trabalhadores angolanos, sendo que terá uma "produção estimada num valor superior de 500 milhões de dólares".
Na ocasião, o secretário de Estado para a Indústria, Carlos Manuel de Carvalho Rodrigues, que presidiu a cerimónia, destacou que "este importante e significativo investimento, materializa sem dúvida, mais um marco assinalável da agenda de cooperação económica Angola e China".
Citado no comunicado, o responsável realçou o "papel importante da indústria transformadora" numa altura em que o país está a procurar diversificar a sua economia.
O secretário de Estado, "que garantiu o apoio institucional do Ministério da Indústria e Comércio a este projecto", aproveitou ainda para enaltecer o "apoio institucional prestado pelos órgãos do Executivo, concretamente à AIPEX e à Sociedade de Desenvolvimento da Barra do Dande (SDBD) na conjugação de esforços e alinhamento com os promotores do projecto".
Já Edson Cruz, vice-governador para Serviços Técnicos e Infra-estruturas, que testemunhou a cerimónia, mostrou-se satisfeito com os benefícios deste projecto para fomentar o emprego e para desenvolver a província do Bengo.
Citado no comunicado, o responsável reiterou "a disponibilidade do governo provincial do Bengo para o apoio institucional na continuação deste projecto".
Por sua vez, Zhang Wendong, PCA da Hebei Huatong Wire & Cable Group Co., Ltd, esclareceu que a decisão de investir num parque industrial de alumínio em Angola foi baseado no funcionamento dos departamentos governamentais angolanos e pelas iniciativas de criação de empregos. Citado pela Angop, disse que estão à procura do desenvolvimento de uma parceria duradoura, promover uma colaboração ampla, bem como respeitar as leis e tradições angolanas.
Já Joaquim Piedade, PCA da Sociedade de Desenvolvimento da Zona Franca da Barra do Dande, mostrou-se satisfeito por trazer o quarto maior produtor de alumínio para o país e que a próxima etapa se prende com o envio de técnicos angolanos para a China para receberem formação e trabalharem a partir do próximo ano.
Zhang Bin, embaixador da China em Angola, espera que o referido parque industrial atraia mais empresas da China a investir no país.
"Esperamos que o governo angolano possa continuar a melhorar o ambiente de investimento, oferecer apoios e facilidades necessárias para as empresas chinesas que têm investimentos em Angola e criar um ambiente de concorrência de mercado mais seguro, mais aberto e mais justo", afirmou o diplomata chinês, que, citado pela Angop, informou ainda que a nova cimeira do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC) acontecerá em Setembro.
Segundo a Angop, a empresa estima exportar mais de metade da produção (acima de 80 por cento), possibilitando a geração de pelo menos 400 milhões de dólares por ano de divisas para Angola, promovendo a geração de empregos, aumento de arrecadação de receitas fiscais e o crescimento industrial do país, com impacto positivo em toda a economia.