"A diversificação da economia de Angola acaba por acontecer com empresas portuguesas. As coisas vão mudar. No dia-a-dia se calhar não sentimos mudanças, mas Angola move-se. É uma realidade, um caso de sucesso", afirmou, citado pelo Jornal Económico.
Relativamente ao financiamento, João Traça afirmou que, se se pretende alcançar a diversificação, este tem que ser direccionado "para diferentes tipos de investimento".
Assim, apontou que "não há investimento sem financiamento", cuja origem pode ser das organizações internacionais como o "Banco Europeu de Investimento, o Banco Mundial". No entanto, adiantou, "é preciso perguntar se Portugal deve criar mecanismos para permitir investimento com outras características".
"Os financiamentos estão direccionados para o sector das obras públicas. Não devemos direccionar para a agricultura, a indústria? Se queremos diversificação, o financiamento tem que ir para diferentes tipos de investimento", acrescentou.
"Quando falamos no novo aeroporto de Luanda, no Corredor do Lobito. Os resultados vão aparecer, há um problema que é o contexto actual. Os ciclos económicos em que Angola crescia, neste momento não estão lá. Um país não pode estar sempre a crescer aquele ritmo. A sua grande dependência do sector petrolífero tem um grande peso. Os países precisam de tempo para se recuperar, Angola precisa de tempo, com a ajuda de empresas portuguesas, com muito investimento", disse, citado pelo Jornal Económico.
Sobre o sector dos petróleos, o presidente da CCIPA considerou que este domínio possui um "peso significativo", sendo que as empresas de Portugal "não são as campeãs neste sector", porém "em tudo o resto, as empresas portuguesas conseguem estar presentes".
"Têm uma enorme capacidade de conseguirem colaborar com empresas angolanas. E têm uma capacidade de conseguirem ter uma visão de presença em Angola de longo prazo", acrescentou.