O dado curioso é que, após ler e reler o Orçamento Geral do Estado (OGE) 2023, nada consta sobre previsão de alteração dos preços, nem mesmo, sobre quanto o Executivo deixaria de gastar com a adopção da referida medida, nem aonde seriam alocados tais fundos, sendo o documento reitor, no meu fraco entendimento, este seria o procedimento correcto.
Por exemplo, na senda do "comunicar mais e melhor" poderia ser avançado um prazo para implementação da medida de ajuste do preço dos combustíveis (gasolina), deixando assim as famílias com calculadoras a mão para planificar ou replanificarem as suas despesas. Outro dado é com o ajuste do preço da gasolina de 160 para 300 kwanzas, quanto o Executivo prevê poupar? Que sectores serão os beneficiados com tais fundos? Que impacto terá na vida do pacato cidadão que vê o seu salário a minguar?
Não que tal medida não seja assertiva, não! Os gastos com a subvenção dos combustíveis chegaram a custar 1,92 bilhões de kwanzas no ano de 2022, de acordo dados divulgados pelo Ministério das Finanças. Portanto, eram insuportáveis e havia toda uma necessidade de se reverter a situação menos boa que a Sonangol atravessa por conta da venda do combustível abaixo do preço de mercado.
O angolano vê assim a cada dia o seu parco salário a se esfumar por conta de um custo de vida elevado, desvalorização do kwanza e agora a subida da gasolina.
Uma coisa é real, as medidas de mitigação implementadas pelo executivo não serão suficientes para travar a alta de preços que iremos registar brevemente, por conta da informalidade da economia angolana.
Uma coisa deve ser feita, pegar a calculadora e começar a fazer contas para o cenário actual e seus reflexos. Para cada acção possui uma reacção, segundo o postulado de Newton; o mercado irá reagir e, o mercado não é regulado com decretos.
Dormimos, acordamos, tudo mudou!
Recente
A opinião de... Vicente Kimbamba