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Representante da ONU destaca papel de João Lourenço na promoção da paz na África Central

O representante especial da ONU para a África Central, Abdou Abarry, destacou esta Segunda-feira o papel do Presidente, João Lourenço, na promoção de paz na região, nomeadamente na mediação das relações entre o Chade e a República Centro-Africana.

: Lusa
Lusa  

Numa apresentação ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) do relatório semestral sobre o Escritório Regional da ONU para a África Central (Unoca), Abarry indicou que tem observado a preferência dada pela maioria dos Estados da região ao diálogo para resolver pacificamente as tensões, dando como exemplo as conversações entre os presidentes da República Centro-Africana e do Chade sobre a revitalização da cooperação entre os dois países.

"A este propósito, saúdo o papel eminentemente positivo desempenhado pelo Presidente de Angola, João Lourenço, 'campeão da União Africana para a paz e reconciliação em África', para facilitar o processo de normalização entre os dois países que levou, em particular, à transferência do ex-presidente [centro-africano] François Bozizé do Chade para a Guiné-Bissau", ressaltou o representante da ONU.

Entre os avanços que registou na região, Abarry referiu a especial atenção à participação e representação política das mulheres em cargos-chave, nomeadamente com a nomeação de mulheres como vice-presidente no Gabão e em Angola, e de primeira-ministra na Guiné Equatorial.

Também em São Tomé e Príncipe, o enviado da ONU disse ter visto por parte das autoridades do país determinação em implementar uma reforma nos sectores da justiça e segurança face aos "infelizes acontecimentos do passado mês de Novembro" – quando ocorreu um ataque ao quartel do exército, com quatro mortos – "confirmando assim a vontade deste país de enfrentar os problemas estruturais que ameaçam a sua paz e estabilidade através da reforma dos sectores da segurança e da justiça".

"Num plano completamente diferente, é lamentável constatar a persistência de violações dos direitos humanos, em particular da liberdade de expressão, em alguns países dessa sub-região africana", contrastou o representante das Nações Unidas.

No seu discurso perante o corpo diplomático, Abdou Abarry avaliou que os próximos meses representarão um "importante ponto de viragem" para a África Central, onde processos políticos e eleitorais cruciais devem ocorrer até ao final do ano.

"Asseguraremos, com o valioso apoio do Conselho de Segurança, que os episódios de violência, alimentados em particular pelo discurso de ódio, que marcaram as eleições no passado sejam evitados a todo o custo. A paz e a estabilidade desta sub-região estão em jogo", apelou.

Também o embaixador Gilberto da Piedade Veríssimo, presidente da Comissão da Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC), discursou na reunião, onde reconheceu que, apesar dos sinais "bastante positivos" observados na região, a região enfrenta ainda desafios de segurança significativos.

Entre os problemas apontados estão a actuação persistente de grupos armados e movimentos terroristas, combates transfronteiriços, circulação ilícita de armas, crimes em alto mar, exploração ilícita de recursos naturais, conflitos intercomunitários, crises humanitárias produzidas por conflitos armados, desastres naturais e tensões político-diplomáticas.

Face aos vários problemas que a África Central enfrenta, o embaixador do Reino Unido na ONU, James Kariuki, deu especial atenção à situação no Chade, apelando às autoridades de transição que honrem as condições estabelecidas no comunicado do Conselho de Paz e Segurança da União Africana, de Maio de 2023, e manifestou preocupação com a resposta às manifestações de Outubro passado, que provocaram dezenas de mortos.

"O Reino Unido incentiva as autoridades de transição a trabalhar com a Unoca e a CEEAC para garantir a responsabilização e a libertação dos manifestantes detidos sem o devido processo legal", instou.

Kariuki agradeceu ainda a generosidade do Chade em ajudar a acolher dezenas de milhares de refugiados que fogem da crise no Sudão e indicou que o Reino Unido está a fornecer mais de três milhões de dólares em assistência humanitária para ajudar a apoiar esses refugiados.

"Encorajamos as autoridades de transição do Chade a usar a sua influência junto aos generais do Sudão para encorajar a adesão ao cessar-fogo, a facilitação do acesso humanitário e o progresso em direcção a uma resolução pacífica para esta crise", pediu ainda o diplomata britânico.

Posição semelhante foi defendida pelo embaixador norte-americano Robert Wood, que aproveitou para condenar todos os ataques contra civis nos Camarões e para pedir o fim da violência no país.

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