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Igreja Católica angolana reprova aumento de “quase 100 por cento” do preço da gasolina

O bispo católico e porta-voz da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), Belmiro Chissengueti, reprovou esta Terça-feira o aumento de “quase 100 por cento” do preço da gasolina em Angola, defendendo “aumentos paulatinos” adequados ao poder de compra dos cidadãos.

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"Estão lá, no parlamento e no conselho de ministros, cristãos que acreditam em Deus, que têm a obrigação de conhecer a realidade das pessoas e saberem que em parte nenhuma do mundo se faz um aumento de quase 100 por cento", disse esta Terça-feira Belmiro Chissengueti, citado pela Emissora Católica de Angola.

Para o também bispo da diocese de Cabinda, norte de Angola, os aumentos "têm de ser paulatinos para se adequarem um pouco a mente e à capacidade aquisitiva das pessoas".

"Há países que paralisaram por causa de um cêntimo no preço do pão", notou.

"Então, os cristãos que estão lá no parlamento ou na política é que devem dizer que isto é muito, por estarem nas instituições devem influenciar as decisões com a sua fé, essa é a sua missão", exortou ainda o prelado católico.

Desde Sexta-feira passada, o litro de gasolina em Angola passou a custar 300 kwanzas contra os anteriores 160 kwanzas.

O Governo anunciou a retirada gradual de subsídios à gasolina, mantendo a subvenção ao sector agrícola e à pesca.

De acordo com o ministro de Estado para a Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior, as tarifas dos taxistas e mototaxistas vão ser subvencionadas, continuando os mesmos a pagar 160 kwanzas o litro de gasolina, cobrindo o Estado a diferença.

Várias entidades de Angola já se manifestaram contrárias a esta decisão do Governo, acreditando que a medida deve encarecer os produtos da cesta básica e a vida das populações.

Um protesto contra a atribuição de subsídios aos combustíveis, no Huambo, terminou com cinco mortos, oito feridos e 34 detidos, segundo a polícia.

O Governo vai liberalizar os preços dos combustíveis, de forma faseada, até 2025, começando pela remoção parcial dos subsídios à gasolina, cujo preço será "livre e flutuante" já no próximo ano.

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