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Ministra das Finanças diz que qualquer novo endividamento deve ser devidamente ponderado

A ministra das Finanças disse esta Quinta-feira, em Luanda, que todo o novo financiamento que for necessário “deve ser devidamente ponderado para não colocar Angola numa situação ainda mais delicada, vulnerável”.

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Vera Daves de Sousa frisou que o país tem um plano anual de endividamento, que está "a cumprir com o devido conservadorismo", realçando que "mais dívida exige também mais prestações de juro e capital", estando já o país "num cenário em que o serviço da dívida exerce alguma pressão sobre a tesouraria do Estado".

Por isso, "todo o novo financiamento deve ser devidamente ponderado para não colocar Angola numa situação ainda mais delicada, ainda mais vulnerável", referiu a ministra, sublinhando que o país não deve pedir financiamento nos mercados internacionais, preferindo outras soluções, "por causa das altas taxas de juros que estão a ser exigidas aos mercados emergentes".

"Muito provavelmente, não posso dizer com certeza porque os mercados são imprevisíveis, pode haver uma alteração forte de circunstâncias, pode haver uma grande oportunidade que possa ser aproveitada, mas se tudo se mantiver como agora, com as condições que estão agora nos mercados internacionais, Angola não deverá participar nos mercados através de uma emissão de 'Eurobonds' ou qualquer outro tipo", acrescentou.

A titular da pasta das Finanças salientou que, por enquanto, o Governo continua a dialogar com os seus parceiros, principalmente as instituições financeiras multilaterais, "que tendem a ceder financiamento em condições que são mais fáceis de pagar que outras, como por exemplo a emissão nos mercados internacionais".

"Reitero, estamos num momento em que as famílias já estão pressionadas, logo, está totalmente fora de hipótese fazer qualquer tipo de medida de agravamento do lado da receita, aumentando taxas de impostos, isso está totalmente fora de questão, a reflexão até é que tem que ser inversa, que tipo de alívio pode ser pensado", salientou.

Para o tema da dívida, prosseguiu Vera Daves de Sousa, o Governo tem que ser conservador, olhando para o serviço da dívida do passado, "que deve fazer face", advogando uma correcção das despesas.

O objectivo é que "todos os novos financiamentos que estamos a contratar são aqueles nas melhores condições financeiras possíveis e aqueles que contribuem para a agenda da diversificação económica e a diversificação das fontes de receita", realçou.

"Temos que fazer é olhar para a despesa, assegurando que em parceria, em colaboração, em diálogo estreito, com todos os participantes, com todas as entidades que executam despesas, olharmos para aquilo que está a ser gasto, como está a ser gasto e em que medida podemos recalibrar essas prioridades, para poder concentrar os nossos recursos que são limitados naquilo que é o mais importante", observou.

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