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Economia

Fitch Solutions baixa crescimento de Angola para 3,5 por cento este ano e 1,8 por cento em 2023

A consultora Fitch Solutions reviu em baixa a previsão de crescimento da economia de Angola, de 3,8 para 3,5 por cento do PIB este ano, antevendo novo abrandamento para 1,8 por cento no próximo ano.

: DW/Renate Krieger
DW/Renate Krieger  

"Antevemos que o Produto Interno Bruto de Angola acelere de uns estimados 0,6 por cento em 2021 para 3,5 por cento em 2022, o ritmo mais rápido desde 2004; dado que a China compra 60,2 por cento das exportações angolanas, o abrandamento da procura chinesa levou-nos a rever em baixa a previsão de crescimento de Angola para 3,5 por cento, face aos 3,8 por cento que prevíamos anteriormente", lê-se numa nota enviada aos investidores.

Na análise, a que a Lusa teve acesso, os analistas desta consultora detida pelos mesmos donos da agência de notação financeira Fitch Ratings apontam que o abrandamento, ainda assim, demonstra uma forte recuperação face ao crescimento médio negativo de 1,4 por cento do PIB nos últimos cinco anos.

"A recuperação vai ser sustentada principalmente no aumento da produção petrolífera e na despesa dos consumidores internos", o que, em conjunto com o fortalecimento do kwanza face aos níveis baixos dos últimos meses, fará com que inflação desça de 25,7 por cento em 2021 para 20 por cento este ano, "o que abranda a pressão sobre o poder de compra dos consumidores, e permite uma subida da despesa das famílias, em termos reais".

No entanto, acrescentam, "apesar da contínua descida na inflação ir aumentar a despesa dos consumidores em 2023, a produção petrolífera deverá voltar à tendência negativa, fazendo com que o PIB desacelere para 1,8 por cento no próximo ano".

Depois de seis anos de crescimento anual negativo, com uma média de 7,4 por cento, a produção de petróleo e gás em Angola deverá aumentar 3,5 por cento em 2022, atingindo os 1,24 milhões de barris diários, mas voltará a uma tendência decrescente para acabar a década abaixo do milhão de barris diários, para 972 mil por dia, devido aos poços esgotados, diz a Fitch Solutions.

Em termos de crescimento económico, Angola deverá crescer acima da média da África subsaariana este ano, que a Fitch Solutions prevê que fique nos 3,1 por cento, depois do crescimento de 4,3 por cento no ano passado, mas terá uma expansão económica abaixo dos seus pares regionais, que no próximo ano deverão registar um crescimento do PIB de 3,7 por cento.

"Prevemos que o PIB da África subsaariana abrande de 4,3 por cento em 2021 para 3,1 por cento em 2022, com as pressões do lado da oferta a continuarem elevadas e a procura da China a abrandar; o aumento dos preços dos cereais e da energia desde a invasão da Ucrânia pela Rússia está a fazer subir os preços, que deverão acelerar de uma média anual de 7,8 por cento em 2021 para 8,6 por cento este ano.

Nas previsões para a região, a Fitch Solutions vê a Nigéria, a maior economia da região, a abrandar o crescimento, de 3,4 por cento no ano passado para 2 por cento este ano, e na África do Sul a previsão aponta para um forte abrandamento, de 5 por cento do PIB, no ano passado, para 1,7 por cento este ano.

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