Ver Angola

Saúde

Hospital Agostinho Neto realiza com sucesso cirurgia de remoção de tumor gigante

Uma cirurgia de remoção de um tumor gigante, com mais de sete centímetros de comprimento e de largura, da base do crânio, foi realizada com o sucesso por uma equipa do hospital central do Lubango “Dr. António Agostinho Neto”.

: Angop
Angop  

Apesar de benigno e de ter um crescimento lento, o tumor da base do crânio à medida que vai crescendo vai comprimindo estruturas cruciais ao bom funcionamento do sistema nervoso. Quando superam os quatro centímetros, este tipo de tumores já são considerados gigantes, pelo que a operação era arriscada.

Geralmente realizada no estrangeiro, a cirurgia foi feita com sucesso na semana passada no hospital "Dr. Agostinho Neto", estando o paciente, de 51 anos, a recuperar de forma razoável, escreve a Angop.

A cirurgia prolongou-se por seis horas. A equipa cirúrgica, composta por cinco profissionais, foi liderada pelo neurocirurgião Emanuel Silva, de 31 anos, que está efectivo naquele hospital há cerca de um ano e meio.

Emanuel Silva, em declarações à Angop, explicou que o paciente vivia com aquele tumor há mais de cinco anos. Adiantou que o tumor (que media 7.3 centímetros de largura e 7.4 de comprimento) causava fortes dores de cabeça e mudanças psíquicas no paciente.

De acordo com o médico, o paciente tinha um discurso inconsistente, desinteressava-se pelas tarefas do dia-a-dia, apresentava descuidos a nível da higiene pessoal e tinha mudanças visuais e de olfacto, originando crises que levaram ao seu internamento.

Classificando esta cirurgia como "especial", o neurocirurgião explicou que este tipos de casos geralmente costumam ser tratados em países com acesso a tecnologia de ponta.

"Os tumores da base de crânio são tumores de difícil acesso e por isso se trata de uma cirurgia complexa, por estarem localizados em regiões profundas do crânio e relacionadas directamente com estruturas neurovasculares vitais, o que com um erro mínimo pode levar à morte do paciente", esclareceu.

Emanuel Silva fez ainda saber que durante duas semanas a equipa médica estudou, até ao mais ínfimo pormenor, o método de abordagem para evitar complicações.

Entre as principais dificuldades que a equipa de cirurgia teve de enfrentar está a falta de materiais cirúrgicos, como microscópio para ajudar na visão e controlo da remoção do tumor, meios para diminuir o sangramento operatório, entre outros, apontou o médico.

No seu Facebook, o neurocirurgião enalteceu o feito, admitindo que apesar das adversidades, conseguiram ser bem-sucedidos. "Pese as dificuldades e adversidades conseguiu-se realizar este caso em território nacional", escreveu.

Relacionado

Permita anúncios no nosso site

×

Parece que está a utilizar um bloqueador de anúncios
Utilizamos a publicidade para podermos oferecer-lhe notícias diariamente.