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Antigo secretário-geral da JURA cria de novo partido político

O antigo líder juvenil do maior partido da oposição angolana Mfuca Muzemba anunciou a criação do seu partido político, denominado Esperança, cujo processo para legalização deu esta Quinta-feira entrada no Tribunal Constitucional de Angola.

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Num acto de apresentação do seu projecto político, Mfuca Muzemba, de 39 anos, que este mês anunciou a sua saída oficial da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), por problemas internos, disse que o objectivo é mudar a forma tradicional de se fazer política e participar nas próximas eleições gerais, previstas para 2022.

"Diante de todo o povo angolano, tomámos a decisão patriótica de apresentarmos uma solução que responda aos anseios da colectividade que é o Esperança. Um partido comprometido com os jovens, com os mais velhos, com as crianças, para um desenvolvimento sustentável do país, um património de e para todos os angolanos", disse.

Segundo o político, a perspectiva do Esperança, um partido de centro-esquerda, é a de vencer os vários desafios que "enfermam a sociedade angolana".

"Nós surgimos para introduzir alterações profundas consistentes e acabar com a forma tradicional de fazer política neste país", afirmou o político, garantindo que "o tempo do monopólio político, em que só dois partidos procuram dominar a vida política, acabou".

Mfuca Muzemba disse que está a nascer uma força política "determinante, de competição, capaz de criar alternância política", advogando que "Angola precisa entrar num novo paradigma político", o que é apenas possível "com uma nova geração política e com novas ideias".

"O povo, a minha geração, ganhou consciência de mudança e a mudança em primeira mão constrói-se também com esperança. O Esperança é resultado de um grande trabalho, o mérito de uma geração que nunca cruzou os seus braços em prol de uma Angola mais justa e desenvolvida", salientou.

Em declarações à imprensa, Mfuca Muzemba, que em 2013 foi suspenso por dois anos do seu cargo de secretário-geral da JURA, braço juvenil da UNITA, por suspeitas de corrupção e ligação ao MPLA, partido no poder, voltou a negar as acusações, considerando-as "falácias", que tentaram "tornar verdade uma mentira".

"E eu provo, a gente que está aqui acredita em mim, valoriza o meu percurso, que comecei muito cedo, aos meus 19 anos, fui um grande líder estudantil, partidário e serei um grande líder para esta nação Angola", disse.

O político manifestou-se optimista quanto à legalização do seu projecto político, questionado sobre um possível chumbo à sua intenção, como aconteceu com Abel Chivukukuvu, na tentativa de legalizar igualmente um projecto político, o PRA-JA Servir Angola.

"Eu espero que separemos as coisas, cada caso é um caso, não queremos nos comparar aos outros e valorizamos os seus trabalhos, mas queremos fazer diferente. Temos uma excelente equipa de advogados, pensamos que não é por lei, muito menos por orientação política que se coarta direitos e liberdades dos cidadãos de participarem da vida política e pública. Nós acreditamos que o Tribunal Constitucional vai impedir esta geração de sonhar", referiu.

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