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Artista Grada Kilomba leva instalação sobre a escravatura a Lisboa

A artista Grada Kilomba vai abrir a temporada de exposições de Outono do Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT), em Lisboa, com "O Barco", primeira instalação performativa de grande escala da criadora portuguesa residente em Berlim, na Alemanha.

: Lusa
Lusa  

Além da artista, com origens em São Tomé e Príncipe e Angola, a nova programação do museu, localizado em Belém, inclui a instalação "Dia", de Carsten Höller, e os novos programas públicos "Meditações 7,83 Hz", com curadoria de Mariana Pestana, e "Seres Vulneráveis", com curadoria de Andrea Bagnato e Ivan L. Munuera.

"O Barco/The Boat", que aborda a história da escravatura e do património das comunidades afrodescendentes, é uma instalação que se estende pelo campus do museu, ao longo da margem do Tejo, formando um "jardim da memória" em forma de barco, lembrando histórias e identidades esquecidas, e será inaugurada a 3 de Setembro.

Esta instalação da artista Grada Kilomba é composta por 140 blocos, que formam a silhueta do fundo de uma nau e desenham minuciosamente o espaço criado para acomodar os corpos de milhões de africanos, escravizados pelos impérios europeus.

"No imaginário ocidental, um barco é facilmente associado à glória, liberdade e expansão marítima, descrita como 'Descobertas'", mas, na visão da artista, um continente com milhões de pessoas não pode ser descoberto, "nem um dos mais longos e horrendos capítulos da humanidade – a escravatura – pode ser apagado", aponta o museu numa nota sobre a programação.

Esta primeira instalação de grande escala de Grada Kilomba, que se estende ao longo de 32 metros de comprimento junto ao Tejo, convida o público a entrar num jardim da memória, onde poemas foram inscritos sobre blocos de madeira queimada, recordando histórias e identidades esquecidas.

"Que histórias são contadas? Onde são contadas? Como são contadas? E contadas por quem?", são questões que a artista pretende colocar aos visitantes que entram nesta instalação.

Grada Kilomba inaugura esta obra com uma performance em três actos, em que várias gerações das comunidades afrodescendentes são as intérpretes centrais.

Com produção musical de Kalaf Epalanga, "O Barco"/"The Boat" torna-se "um lugar de reconhecimento, um jardim de memória e contemplação do futuro".

Comissionado pela BoCA - Bienal de Arte Contemporânea, este projecto será apresentado na Praça do MAAT, em frente à Central, entre 3 de Setembro e 17 de Outubro de 2021, numa parceria com a Câmara Municipal de Lisboa, no âmbito do Lisboa na Rua'21.

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